Wassef, que recomprou Rolex por R$ 300 mil, deve IPTU e taxas de condomínio

Atualizado em 26 de agosto de 2023 às 12:45
Advogado Frederick Wassef. Foto: Sérgio Lima

Frederick Wassef, advogado que ganhou notoriedade ao atuar como defensor da família Bolsonaro, encontra-se no centro de polêmicas após ir aos Estados Unidos “recomprar” um relógio do ex-presidente vendido por Mauro Cid por R$ 350 mil em Miami. Durante anos, Wassef construiu uma imagem que oscilava entre a riqueza e o sucesso, mas também a inadimplência e controvérsias.

No Condomínio Fazenda Vila Nazareth, no município de Tuiuti (SP), Wassef deve R$ 46 mil por despesas de manutenção do local. Vizinhos afirmam que o advogado não pagou o condomínio entre dezembro de 2016 e novembro de 2021. A alegação seria de que o imóvel, na verdade, pertence a seu irmão, Fabio Wassef.

Nos últimos anos, a figura de Wassef tem sido moldada de maneira diversa por diferentes perspectivas. Alguns o enxergam como um homem rico e bem-sucedido, enquanto outros o classificam como um devedor contumaz. Apesar de alegar que fez o pagamento do Rolex por iniciativa própria, o advogado possui dívidas de IPTU que chegam a R$ 3.500.

Jair Bolsonaro e o advogado Frederick Wassef. Foto: Reprodução

Segundo uma reportagem do Estadão, pessoas que conviveram com Wassef ao longo dos anos têm relatado mudanças em sua imagem pública. Ele foi apelidado de “anjo” durante o governo Bolsonaro, mas após a apreensão de seus celulares pela Polícia Federal, essa percepção mudou drasticamente para “demônio”. Várias fontes relatam ter perdido contato com o advogado, cujas ações agora levantam questionamentos.

Em Brasília, Wassef era frequentemente associado aos poderosos de plantão, mas sua atuação muitas vezes era transitória e desaparecia junto daqueles a quem estava vinculado. Ele se autodenominava o “advogado do presidente Bolsonaro”, uma conexão que conferia a ele certa influência, mesmo quando suas chances de conquistar um cargo público eram mínimas.

Na tentativa de entrar na Câmara dos Deputados, Wassef declarou um patrimônio de R$ 18 milhões ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), incluindo um apartamento de luxo em Miami, comprado há dois anos da empresária Maria Cristina Boner, sua ex-esposa, cujo valor estimado é de R$ 4,966 milhões. Durante sua campanha, contou com mensagens de apoio de políticos como Tarcísio de Freitas e Flávio Bolsonaro, mas seu desempenho nas urnas foi insuficiente para conquistar uma vaga pelo Partido Liberal, o mesmo do ex-presidente, em São Paulo.

Entre 2013 e 2021, Maria Cristina Boner, efetuou a maioria das taxas do imóvel em. No entanto, o boleto de 2022, no valor de US$ 12.847,59 (ou R$ 62.621,72), segue em aberto. Outros bens declarados ao TSE são três carros: um Silverado de 1994 (valor estimado de R$ 24 mil), uma camionete Ranger (R$ 112 mil) e um Jetta (R$ 112 mil), que ele declarou valer R$125 mil. Entre 2022 e 2023, Wassef acumulou R$ 6,7 mil em dívidas de IPVA.

O advogado também soma dívidas de IPTU em diversas propriedades e enfrenta processos judiciais. Grande parte de seus imóveis foi herdada dos pais e avós, e algumas transações imobiliárias levantam suspeitas. Em uma dessas casas, em Atibaia, o advogado de Bolsonaro escondeu Fabrício Queiroz, que era foragido da Justiça pelos crimes de rachadinha cometidos no gabinete de Flávio Bolsonaro.

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