Nas redes sociais, muitos disseram que falar e escrever mal e porcamente o português é o menor dos problemas do ministro da Educação, Abraham Weintraub. Mas é impressionante ele ter cometido um “imprecionante” num tuíte.
Faz tempo que Weintraub maltrata a inculta e bela. Isso é um fato. No entanto, o pior é maltratar a educação brasileira. Grosso, despreparado, arrogante, infantil, deslumbrado, Weintraub reúne todos os defeitos que um ministro da República não poderia ter.
Na pasta da Educação, esse perfil é danoso para a atual e as futuras gerações. O desserviço de Weintraub ao país vai resultar num atraso que levará muito tempo a ser corrigido. Weintraub é a síntese da miséria política e intelectual do Brasil. O ministro da Educacão não tem condição intelectual nem administrativa de exercer uma função pública.
É um agente político do obscurantismo, da deseducação, da agressão, do baixo nível que o Brasil e os brasileiros não merecem. Não apresentou uma medida concreta para melhorar a educação. Fez guerra cultural do mais baixo nível, incentivando uma caça a supostos professores “comunistas”. Realizou campanha de difamação das universidades brasileiras.
A equipe ministerial do presidente Jair Bolsonaro é a pior da história da República. Bolsonaro é o cidadão mais despreparado a se sentar na cadeira de presidente da República.
Foi eleito democraticamente numa campanha em que não houve debate de alto nível. Abusou das fake news para virar presidente. O Brasil vai pagar um preço alto pela eleição de um grupo que tem a barbárie como projeto de governo.
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Erro coletivo
A vitória de Boris Johnson ao aprovar o Brexit hoje no Parlamento britânico é resultado das eleições de dezembro, quando os conservadores formaram uma maioria expressiva para endossar a saída do Reino Unido da União Europeia.
Johnson teve êxito num tema em que a antecessora, Theresa May, fracassou três vezes. A aprovação na Câmara dos Comuns sela o destino do Brexit. A Câmara dos Lordes vai referendar a decisão.
É um erro coletivo. Há previsões de queda de até 10% do PIB (Produto Interno Bruto) do Reino Unido e de enfraquecimento de Londres como o principal centro financeiro da Europa e um dos mais importantes do planeta.
É ruim para União Europeia, que perde a terceira maior economia do bloco. Mas é pior para o Reino Unido, que perde prestígio político, força econômica e reacende movimentos separatistas na Escócia e na Irlanda do Norte.
O populismo de direita vendeu um conto de fadas, que seria a retomada do poder da época do império no qual o sol não se punha. Num mundo com gigantes como China e EUA, o Reino Unido sem a União Europeia jogará na segunda divisão das relações internacionais.
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Freios e contrapesos
O recurso da Netflix ao Supremo Tribunal Federal contra a decisão liminar da Justiça fluminense que censurou o especial de Natal do Porta dos Fundos sobre Jesus dá ao tribunal mais uma chance de funcionar como freio ao obscurantismo cultural em curso no governo Bolsonaro.
A decisão do desembargador Benedicto Abicair contraria a Constituição. É censura. É inacreditável que o Brasil esteja vivendo em 2020 uma atmosfera da Idade Média.
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Novos ares
A partir de fevereiro, vou passar uma temporada em Washington. Apresentei à rádio CBN no ano passado uma proposta de cobertura das eleições americanas. Trabalhar como correspondente internacional por um longo período é um sonho. É também uma missão inédita em 30 anos de jornalismo. Como temos visto, notícia não faltará.
“A Política Como Ela É” ficará suspensa por um bom período a partir do dia 16, quinta que vem.