Welcome to Goldeneye: nosso colunista no hotel na Jamaica em que James Bond foi concebido

Atualizado em 21 de novembro de 2012 às 20:38

Praia esplêndida e internet veloz são a perfeita combinação do berço do grande espião britânico

Bem-vindo a Goldeneye

Nosso Bondmaníaco prossegue em seu relato sobre as origens de 007 na Jamaica. Aqui, você pode encontrar os outros dois capítulos da série de Marquezi. Dagomir Marquezi.

Capítulo 3 – WELCOME TO GOLDENEYE!

O Boeing 737-700 da Copa pousa no aeroporto Norman Manley, em Kingston, a capital da Jamaica, bem no sul da ilha. Nem tente atravessar o país num carro alugado. A estrada que corta o interior (A-3) é estreita, esburacada, sem placas. De vez em quando aparece um caminhão na contramão. Oneil Duckey, motorista da van, conhece o caminho de cor. Mas não se distrai nem por um segundo, nem quando Bounty Killer berra seu dub no alto falante da van.

Quando chegamos à costa norte, a A-3 vira um tapete, ligando praias que lembram o litoral sul da Bahia: Port Maria, Kokomo, Little Bay. De repente um portão sem identificação se abre no muro. Oneil entra com a van. Atravessamos gramados e bosques. Logo estou desembarcando na entrada do Gazebo, o restaurante do paraíso.

“Welcome to GoldenEye!” – é o garçon, me servindo o drink que leva o nome do resort (rum com suco de limão, muito gelo). Sou encaminhado ao Cotage 14, uma mansão de dois andares a dez passos do mar cristalino – onde ainda outro dia Richard Branson mergulhou. A combinação é perfeita: pé-na-areia numa praia exclusiva lá fora. Lá dentro, TV HD com 200 canais e um roteador de internet wireless de alta velocidade.

Daggy Bond com um nativo que prestou serviços a Fleming

A partir da casa original de Ian Fleming, GoldenEye se tornou um grande empreendimento turístico/imobiliário completamente “verde”. Tudo aquilo pertence a uma lenda do show business: Chris Blackwell, produtor musical e dono da Island Records. Ele ganhou um monte de dinheiro espalhando Bob Marley e o reggae para o resto do mundo. Conheceu Fleming pessoalmente, quando ainda era criança e morava em outra casa de Oracabessa. (Sua mãe, Blanche Blackwell, teve um caso duradouro e mais ou menos público com Ian Fleming nos seus últimos anos de vida).

Muitos dos que se hospedam em GoldenEye (ou compram um bangalô nas margens da lagoa) nem sabem da ligação daquele lugar com James Bond. Mas para os fanáticos pelo mito 007, é a meca.

Um caminho entre as árvores leva à casa original de Ian Fleming. Bondmaníacos ricos podem se hospedar na casa do escritor pagando até 8,5 mil dólares por noite. A escrivaninha de Fleming passou um tempo no Museu de Londres, mas felizmente foi devolvida.

O Disco de Ouro do Police no hotel

Na parede da sala existe um quadro com o disco que ouro que a banda Police ganhou pelo álbum Synchronicity. Ao lado do disco está a letra de Every Breath You Take, escrita pelo próprio Sting com uma caneta de tinta dourada. A canção clássica sobre espionagem pessoal (“Every step you take, every move you make, I’ll be watching you…”) foi composta naquela mesma sala.

A SEGUIR: “O CARANGUEJO DE FERRO”