
O canal oficial do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no YouTube desapareceu da plataforma na última sexta-feira (19), segundo a AFP. Ao buscar a conta em que o sucessor de Hugo Chaves publicava pronunciamentos, uma mensagem de erro foi exibida: “Esta página não está disponível. Pedimos desculpas pelo inconveniente”. A conta, que possuía 233 mil inscritos, foi removida sem que o governo de Maduro ou o Google, empresa dona do YouTube, se pronunciassem sobre o ocorrido.
O canal desapareceu no momento em que o governo venezuelano acusa os Estados Unidos de conduzir operações de guerra híbrida contra o país. A rede de televisão estatal Telesur, que segue a linha oficial do governo bolivariano, informou que a conta foi retirada do ar na sexta-feira à tarde, sem fornecer uma explicação do YouTube.
O meio de comunicação afirmou que, apesar de o caráter político do fechamento não ter sido confirmado, não poderia ser descartado.

Nos últimos meses, o governo dos Estados Unidos sob comando de Donald Trump posicionou oito navios no mar do Caribe, com o pretexto de combater o narcotráfico, mas Maduro viu essa movimentação como parte de uma “ameaça militar” contra seu país. Até agora, as ações diretas foram contra pequenos botes que o governo estadunidense classificou como “embarcações cheias de drogas”.
O presidente venezuelano ordenou o envio de tropas para as fronteiras e iniciou três dias de exercícios militares na ilha La Orchila, no norte da Venezuela, além de incentivar o treinamento de civis para “defender a pátria”.
No início da semana, Maduro acusou os Estados Unidos de estarem se preparando para uma “agressão de caráter militar” contra a Venezuela. Em um discurso em Caracas, o presidente venezuelano afirmou que o país tem respaldo das “leis internacionais” para reagir a essa ofensiva, que ele descreveu como uma combinação de pressões diplomáticas, políticas e militares.
O governo estadunidense, por sua vez, continua a pressionar a Venezuela com acusações de envolvimento com o narcotráfico. Os EUA oferecem uma recompensa de 50 milhões de dólares por informações que levem à captura de Maduro, que é considerado responsável por liderar um regime corrupto e ligado ao crime organizado, conforme a administração de Joe Biden.
Maduro, no entanto, tem reagido com firmeza, alegando que a presença militar estadunidense no Caribe faz parte de um esforço de intimidação, lembrando o incidente ocorrido no início de setembro, quando um barco venezuelano foi atacado por forças militares dos EUA, resultando em onze mortes.