Zambelli aciona Interpol para saber se é alvo após condenação no STF

Atualizado em 12 de julho de 2025 às 16:42
A deputada Carla Zambelli em entrevista após fuga para o exterior. Foto: Reprodução

A deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP), condenada pelo STF a 10 anos de prisão em regime fechado, acionou oficialmente a Interpol para saber se seu nome consta em algum alerta internacional de captura. O pedido foi protocolado por seu advogado, Fábio Pagnozzi, junto à Comissão de Controle dos Arquivos da organização policial internacional, com o objetivo de obter acesso a eventuais registros confidenciais.

No documento, a defesa de Zambelli argumenta que há reportagens sugerindo uma solicitação da Polícia Federal para inclusão de seu nome na lista de procurados internacionais. No entanto, nem a parlamentar nem seus advogados foram formalmente notificados sobre qualquer medida nesse sentido, segundo o requerimento. O texto também afirma que “sérias alegações de perseguição política” estariam em curso contra a deputada.

Zambelli está na Itália desde a condenação, o que levantou especulações sobre sua permanência no país europeu para evitar a prisão no Brasil. O advogado menciona que consultas já foram encaminhadas ao Ministério das Relações Exteriores, que atua como intermediário em pedidos de cooperação jurídica internacional, mas nenhuma resposta oficial foi recebida.

deputada Carla Zambelli (PL-SP) com arma em punho, de perfil, com camisa verde
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) – Reprodução/Internet

A lista pública da Interpol não inclui o nome de Zambelli até o momento, mas a organização pode manter registros em sigilo, especialmente em casos considerados sensíveis ou em investigação. O advogado afirma que a solicitação é feita “no interesse da justiça e da garantia do contraditório”, o que poderia indicar uma estratégia de antecipação a um eventual mandado de prisão internacional.

A ex-parlamentar foi condenada por contratar um hacker com o objetivo de invadir o sistema de processos da Justiça brasileira, segundo a decisão do Supremo Tribunal Federal. A pena imposta inclui ainda a perda do mandato e dos direitos políticos, reforçando sua condição de foragida caso permaneça fora do território nacional.

A movimentação da defesa ocorre em meio a pressões crescentes sobre figuras do bolsonarismo condenadas por ataques ao Estado Democrático de Direito. A Interpol ainda não se pronunciou sobre o requerimento apresentado por Zambelli, e não há prazo definido para que a organização forneça resposta ao pedido de acesso.