A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) elaborou um mini-dossiê para atacar a jornalista Flávia Oliveira, da GloboNews, nesta quinta-feira (16), em sua conta no X, o antigo Twitter.
A revolta da bolsonarista começou após Flávia pedir cautela para rotular Luciane Barbosa como traficante. Conhecida como “Dama do Tráfico de Manaus”, ela visitou o Ministério da Justiça enquanto enfrentava um processo criminal. Antes da visita, chegou a ser julgada inocente, mas foi considerada culpada pelo crime de associação ao tráfico após ir ao evento em Brasília.
No entanto, Zambelli questionou uma suposta incoerência da jornalista ao recomendar cautela, pois, segundo ela, a comentarista da GloboNews teria classificado os bolsonaristas do 8 de Janeiro como terroristas e, posteriormente, como golpistas. Apesar de mais jornalistas concordarem com Flávia, apenas a mulher negra virou alvo da bolsonarista.
A deputada investigada pela CPI dos Atos Golpistas também acusou Flávia de fazer lobby com empresas como Sempre Livre e Carefree da Johnson & Johnson. “Flávia Oliveira conduz um podcast com sua filha, a também jornalista Isabela Reis. Em 2020, o podcast abordou o tema ‘pobreza menstrual’ com patrocínio das marcas, que, na mesma ocasião, investiu em lobby para distribuição ‘gratuita’ de absorventes para a população de baixa renda, obviamente pago pelo Estado”.
O Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual foi vetado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na ocasião. Em meio ao surgimento do orçamento secreto, o então mandatário recusou a prosseguir com a investimento estimado em R$ 84 milhões para distribuir absorventes para estudantes de baixa renda e pessoas em situação de rua.
Porém, o presidente Lula (PT) aprovou, em março deste ano, um projeto semelhante, mas mais abrangente, o que também tornou a despesa maior, o que, segundo Zambelli em sua crítica, seria “cinco vezes mais do que a cifra inicialmente citada pela jornalista”.
A bolsonarista também reclamou da postura da comentarista quando o assunto era a Lei das Fake News, que ela chamou de “Lei da Censura”. “Flávia acusou o Google de fazer lobby, apenas porque a empresa emitiu um comunicado criticando o texto do projeto”, escreveu, indicando que seria incoerência dela ser contra a prática de lobby, uma vez que, no entender da deputada, a jornalista faz isso com as empresas de absorventes.
“É relevante mencionar que o item ‘p’ do manual de boas práticas de jornalismo da Globo destaca: ‘É inadmissível que jornalistas das organizações Globo façam reportagens em benefício próprio…’. Como fica então o lobby que ela própria faz?”, questionou a bolsonarista.
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