Zoofilia? Ataque aos valores ocidentais? Kim Kataguiri, do MBL, também censuraria a foto de sua bunda enviada ao DCM?

Atualizado em 13 de setembro de 2017 às 14:57
Kataguiri decidiu que você não pode ver essa obra

 

Kim Kataguiri, o principal kataguiri do Movimento Brasil Livre (sic), agasalhou a pressão exercida por seu bando para censurar a mostra Queermuseu do Santander Cultural em Porto Alegre.

Segundo KK, o MBL fez a campanha “porque isso envolveu dinheiro público”.  A exposição faz “ataques ao cristianismo” e promove “pedofilia e zoofilia”.

Para o jovem líder, há intolerância “contra o símbolo da cruz”. É um “absurdo”. O MBL vai continuar “prezando todos os pilares da civilização ocidental” e “combatendo essa inversão de valores”.

KK chamou de crime uma expressão artística, sem mandato ou autoridade, e ajudou a instigar seus baderneiros, que visitaram o local com o propósito de tumultuar.

Júlio Almeida, promotor da Infância e Juventude, jogou essa tese por terra. “Pedofilia, por definição legal, é a utilização de criança e adolescente em cena de sexo explícito, reprodução de sexo explícito ou simulação de sexo explícito, ou ainda a exposição de genitália de criança e adolescente. Isso não existe na mostra”, falou.

O que diria Kataguiri se a foto de uma bunda fosse enviada a um jornalista? Mais: e se as nádegas em foco fossem dele próprio? Perversão? Depravação? Inversão de valores?

Em 2015, Kim Kataguiri mandou ao DCM uma fotografia de seu politizado derrière ao nosso colaborador Pedro Zambarda. Foi sua resposta “bem humorada” a uma série de perguntas de Zambarda.

O momento era muito especial. Foi durante o auge da Marcha da Liberdade, uma caminhada entre São Paulo e Brasília empreendida em nome do impeachment que juntou 15 cidadãos de bem.

O selfie de Kataguiri, mais exatamente um belfie (o nome técnico do autorretrato das bochechas posteriores) virou um clássico instantâneo. É uma coisa triste e flácida, como os argumentos do rapaz para defender a violência no Santander.

Diante da repercussão, deu uma explicação no Facebook segundo a qual aqueles glúteos não eram dele, mas de um dos “coordenadores estaduais” (?!) do MBL que o acompanhavam.

Não colou. A imagem ganhou as redes sociais e tornou-se um símbolo de seu grupelho.

Fica o questionamento: Kim Kataguiri, crítico de arte consagrado e especialista no Estatuto da Criança e do Adolescente, criminalizaria o retrato de seu traseiro? Zoofilia? Ataque ao cristianismo? 

Jamais saberemos. E isso é uma boa notícia.

Kim Kataguiri
Kim Kataguiri