Como tentei entrevistar o líder Kim do MBL e recebi uma selfie dele como resposta

Atualizado em 23 de abril de 2020 às 22:57

 

A “Marcha pela Liberdade” foi organizada por Kim Kataguiri e seu Movimento Brasil Livre como mais um ato contra Dilma Rousseff e o PT. Em sua imensa ignorância, Kim não sabe que está fazendo uma reedição coxinha da Coluna Prestes de 1925.

Contra o petismo e o bolivarianismo, Kataguiri decidiu convocar seus simpatizantes e os militantes do grupo para andar de São Paulo até Brasília e pedir o impeachment da chefe do governo federal.

A mobilização reuniu 22 pessoas no primeiro dia, incluindo uma mulher que estava de salto alto num congresso de medicina e aguentou 12 minutos. No Facebook, os próprios seguidores tiram sarro da coisa. A fim de entender melhor do que trata a tal caminhada, mandei um email para o MBL com perguntas.

Eram elas:

  • Como está a viagem de vocês? Quantas pessoas se juntaram à marcha? Vocês estão conhecendo o Brasil?
  • Vocês não vêem semelhanças entre essa marcha e a coluna de Prestes?
  • Nas redes sociais, parte do público de vocês tira sarro da marcha. É normal?
  • De quem foi a ideia de marchar até Brasília? Foi do Kim Kitaguiri?
  • Depois de pedir o impeachment de Dilma, vocês voltarão andando de Brasília?

 

Como o Movimento Brasil Livre me respondeu? Kataguiri mandou um selfie feito com seu iPhone. Ei-lo:

 

Kim Kataguiri
Kim Kataguiri

 

Conheço o MBL desde o dia 1º de novembro de 2014. Naquela época ocorriam as primeiras manifestações anti Dilma e pró-impeachment e eu cheguei a ser ameaçado por um suposto militar careca na Paulista.

Gravei um vídeo de entrevistas com Alexandre Santos (26), um dos fundadores. Outro membro do MBL berrou no megafone sobre a mídia durante aquele protesto: “Não sejamos inocentes hoje e não vamos falar besteira. A imprensa tem que ser livre pra apurar, inclusive para falar merda”.

Os integrantes do MBL fazem parte daquela cota de lunáticos que zurra contra a “censura socialista” enquanto proíbe o trabalho da imprensa. Em março deste ano, a equipe de reportagem da Carta Capital foi hostilizada em um carro de som enquanto tentavam fazer entrevistas com eles. Uma piada.

O MBL gosta de Paulo Batista, que ganhou fama nas eleições de 2014 com o “Raio Privatizador”, Lobão e Eduardo Bolsonaro, que foi armado aos protestos. Jair Bolsonaro pai é o “Bolsomito”.

A tal marcha é um fracasso. O retrato dela é a selfie que Kataraki me enviou. Uma coisa flácida, triste e da qual não sai coisa boa.