A mídia continua sua louca cavalgada contra os sites progressistas.
Por trás dos ataques está uma saudade imensa dos dias em que apenas a opinião dos donos da mídia era veiculada — e imposta aos brasileiros.
Com escassos recursos, os sites progressistas romperam o monopólio dos barões.
Os precursores da essencial voz alternativa à gritaria conservadora de jornais e revistas foram Nassif e Paulo Henrique Amorim. (No meio impresso, o pioneirismo foi de Mino Carta.)
Um exemplo da perseguição aos blogueiros está numa enquete que a Folha promoveu em sua página no Facebook sobre o caso Guimarães.
O pretexto era colher a opinião dos leitores sobre a condução coercitiva de Guimarães.
Mas o real intento era atacar os sites progressistas como um todo.
Para ilustrar a enquete, a Folha destacou um trecho de um texto de seu colunista Demetrio Magnolli.
“Guimarães é uma das tantas vozes que, organizadas em matilha e muitas vezes financiadas pelo dinheiro fácil das estatais, consagraram-se à difamação sistemática dos críticos do lulopetismo. Nada, porém, autoriza uma perseguição policial amparada em pretextos.”
A palavra matilha dá o tom do incômodo que os sites progressistas — ou de esquerda, ou centro esquerda — provocam na Folha e em Magnolli.
Se fôssemos simplificar e retrucar, poderíamos dizer que a grande mídia e seus colunistas amestrados — amplamente beneficiados com o dinheiro fácil da publicidade federal — propagam em matilha uma implacável caça aos valores e às pessoas que representam uma visão de mundo mais igualitária e menos reacionária.
É curioso que até dinheiro de propaganda federal seja invocada por Magnolli. Apenas a Rede Globo, nos anos de PT no poder, levou 8 bilhões de reais em publicidade federal.
Jamais vi um único anúncio no Blog da Cidadania, de Eduardo Guimarães.
Outros sites progressistas, entre eles o DCM, jamais receberam publicidade federal à altura de sua audiência. Foram sempre migalhas — e não estou falando em sentido figurativo — comparadas às multimilionárias verbas da grande mídia.
Várias vezes o DCM defendeu um corte de gastos na propaganda governamental. Estávamos inspirados nos países mais avançados, onde o governo só anuncia coisas de claro interesse público.
Nunca a imprensa — tão ciosa (aspas) dos gastos elevados do governo — tocou na questão dos bilhões torrados com ela em publicidade feita com o dinheiro do contribuinte.
Mesmo assim, a Folha e Magnolli se sentem autorizados a falar no “dinheiro fácil” das estatais para atacar as vozes alternativas.
Os barões da mídia e propostos são tomados, na verdade, por uma invencível nostalgia da era em que só eles falavam.
A imprensa brasileira não suporta concorrência na disputa por corações e mentes — e nem em nada, a rigor. Basta ver que ainda hoje ela é beneficiada com reserva de mercado — a despeito de seus intermináveis e maçantes discursos pela livre concorrência.
Este é o ponto central do ataque a Eduardo Guimarães e demais sites progressistas: a ojeriza à competição.