28 policiais entraram no hospital no dia do crime, diz tia de menina morta pela PRF

Atualizado em 18 de setembro de 2023 às 14:39
Heloísa dos Santos Silva, morta por agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Foto: Reprodução

A tia de Heloísa dos Santos Silva, menina morta após ser baleada em abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF), afirmou que 28 agentes da corporação estiveram no local onde ela estava internada. Em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), ela disse que foi intimidada por um desses policiais. A informação é do g1.

Heloísa morreu depois de 9 dias internada, neste sábado (16), e, segundo o procurador da República Eduardo Benones, os agentes ainda vasculharam o carro onde estava Heloísa no momento dos disparos.

“No dia do evento se dirigiram ao hospital Adão Pereira Nunes 28 policiais, os quais, segundo palavras da própria testemunha, ficaram vasculhando e ‘mexendo’ no carro durante certo tempo”, escreveu em pedido de prisão enviado à Justiça contra três agentes da PRF envolvidos no crime.

A tia da vítima ainda relatou que um dos policiais tentou intimidá-la enquanto estava no hospital e a menina passava por cirurgia.

“Inclusive a tia relatou que um dos policiais que não participou do ocorrido apontou-lhe um projétil e disse que aquele projétil atingiu o veículo deles, numa tentativa inequívoca de intimidar a testemunha e incutir nela a versão sustentada pelos policiais. Isto tudo ocorreu no ambiente hospitalar, quando a vítima Heloisa recebia atendimento médico cirúrgico”, diz o procurador.

Benones pediu a prisão do policial que admitiu ter feito os disparos, Fabiano Menacho Ferreira e outros dois: Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva. A solicitação à Justiça foi feita na sexta (15), um dia antes do falecimento de Heloísa.

“Fatos como os acima narrados causaram um abalo psicológico concreto nas vítimas, as quais, obtempere-se, já estavam e estão fragilizadas por terem passado pela traumática experiência de terem o carro cravejado de tiros e um familiar de apenas 3 anos de idade lesionado por tiros de fuzil. Claro está que a testemunha foi intimidada como forma de manipular a investigação e que continuará a sê-lo caso não haja intervenção judicial”, prossegue o procurador.

Ele ainda pediu que a Justiça realize uma nova perícia no fuzil apreendido e no carro onde estava Heloísa no momento dos disparos.

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