Policiais militares afirmaram à Justiça do Distrito Federal que foram agredidos e enfrentaram dificuldades para conter a invasão de terroristas extremistas ao Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro, em Brasília.
As declarações dos agentes de segurança ocorreram durante CPMI dos atos terroristas do dia 8 de Janeiro para apurar uma suposta lesão corporal cometida por um policial contra um vândalo.
Desde o ocorrido, a atuação da polícia vem sendo amplamente discutida. O acusado neste processo foi identificado como sendo o segundo-tenente Marco Aurélio Feitosa, que comandou uma das tropas do Batalhão de Choque da PM no combate às invasões da Esplanada dos Ministérios que culminaram na destruição das instalações públicas.
A partir do início de seu testemunho, Marco Aurélio apontou o número insuficiente de tropas como fator determinante para as dezenas de casos de policiais que acabaram agredidos pelos terroristas. Segundo ele, ao todo, o contingente possuía 20 homens, além de 16 voluntários. Do outro lado, os policiais estimaram a presença de 200 vândalos na sede da Presidência da República.
As testemunhas apresentadas pelo segundo-tenente no processo também apontaram número insuficiente de policiais como um dos motivos para um primeiro insucesso na operação. Além da ausência de reforços, a escassez de materiais e a superioridade numérica dos golpistas.
Os bolsonaristas não paravam, atacavam qualquer um que ficasse em seu caminho e seguiam destruindo os prédios públicos. Por conta destas características, outros dois policiais ouvidos no processo disseram ter sofrido lesões: a cabo Marcela Pinno e o subtenente Beroaldo José de Freitas Júnior.
Algumas imagens corroboram a tese dos policiais e mostram o momento em que dois agentes caem de uma altura de quase três metros e após a queda, são agredidos pelos golpistas.
Marco Aurélio classificou o episódio como o “pior de todos” os “distúrbios civis no Distrito Federal”. Ele afirmou quase ter morrido durante as operações.
“O clima no interior era de caos. A gente fala que é de caos total. Até porque a nossa tropa estava com aproximadamente 20 homens – talvez um pouco mais ou pouco menos. Mas acredito que eram mais de 200 de pessoas lá no interior do Palácio. E nós já tínhamos enfrentado eles lá fora”, relatou.
“O ânimo deles era totalmente agressivo. Inclusive, eu quase fui morto. Eu e a soldado Marcela quase morremos nesse confronto, nesse primeiro momento. Estava ferido, fui socorrido depois disso todo ensanguentado, porque nem sabia que estava ferido. Mas depois fui identificado como lesionado”.
O subtenente afirmou que policiais machucados somente puderam buscar atendimento de saúde após o confronto ter sido pacificado. De acordo com ele, PMs com ferimentos leves, no entanto, seguiram atuando na operação.