Vera Magalhães acusa Lula de querer “acossar deputado em casa”

A jornalista Vera Magalhães, famosa pelo clássico vídeo do “Moro enxadrista” (veja no pé deste artigo), acusou Lula de “acossar deputado em casa”. 

Foi numa postagem no Twitter em que ela faz a velha equivalência entre os dois demônios — Lula e Bolsonaro — e lamenta a inanição da sedizente terceira via.

Vera também sugere que Lula fez defesa do aborto. Apagou depois, sabe Deus por quê. 

É fake news, mas as agências de checagem jamais corrigirão. Vera está distorcendo as palavras do ex-presidente, exatamente como bolsonaristas que o ameaçam de morte. 

O que Lula falou durante um evento na CUT foi que “fazer ato público na frente do Congresso Nacional não move uma pestana de um deputado”.

Continuou: 

“Se a gente pegasse e mapeasse o endereço de cada deputado e fossem 50 pessoas na casa do deputado, não para xingar, para conversar com ele, com a mulher dele, com o filho, incomodar a tranquilidade dele, eu acho que surte muito mais efeito do que a gente vir fazer a manifestação em Brasília”. 

Destaco o “não para xingar”. Onde isso é “acossar” alguém, fica para a Vera responder. 

Vera reduziu uma declaração importante sobre a interrupção da gravidez que deveria ensejar um debate público. Não houve defesa de aborto, como ela insinua.

Ele criticou o fato de mulheres pobres morrerem ao tentar abortar enquanto “madame pode fazer um aborto em Paris” ou “ir para Berlim procurar uma clínica boa”.

“Aqui no Brasil ela não faz porque é proibido, quando na verdade deveria ser transformado numa questão de saúde pública e todo mundo ter direito e não ter vergonha”, acrescentou.

Algo de errado aí? Claro que sim, para a Vera Magalhães. 

Isso é um aperitivo da artilharia pesada que virá neste ano, como eu tenho alertado. De um lado as milícias digitais da extrema direita, do outro o ódio incontido e “profissional” das Veras Magalhães.