A intensificação dos bombardeios e a ampliação da ofensiva terrestre das Forças Armadas de Israel na Faixa de Gaza levaram a uma série de saques a armazéns e centros de distribuição de alimentos da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA). Esse cenário levantou preocupações sobre o “colapso da ordem pública” na região, alertando para uma situação cada vez mais desesperadora.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, insistiu novamente por uma pausa humanitária no território palestino, enquanto autoridades internacionais expressaram preocupação com a resposta “desproporcional” de Israel ao conflito.
Durante uma visita à Katmandu, capital do Nepal, ele expressou seu lamento devido à intensificação das operações militares por parte de Israel na Faixa de Gaza. Ele enfatizou que, em vez de uma pausa humanitária amplamente necessária e apoiada pela comunidade internacional, a situação viu um aumento nas operações militares israelenses, agravando ainda mais a crise humanitária na região.
A UNRWA relatou que “milhares de pessoas entraram em vários armazéns e centros de distribuição” na Faixa de Gaza, principalmente nas áreas central e sul, como um sinal alarmante de que a ordem pública está se deteriorando após três semanas de guerra e cerco rigoroso a Gaza. O chefe da UNRWA em Gaza, Thomas White, destacou que as pessoas estão com medo, frustradas e desesperadas.
O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) também alertou para a crescente fome e desespero entre a população de Gaza devido aos saques, ressaltando a necessidade urgente de uma pausa humanitária para fornecer alimentos, água e necessidades básicas com segurança.
Os saques ocorreram em armazéns que continham suprimentos humanitários que chegaram a Gaza em comboios vindos do Egito após quase três semanas de bloqueio total por parte de Israel, que restringiu o fornecimento de alimentos, água, medicamentos e combustível ao território.
A ONU estima que sejam necessários pelo menos 100 caminhões de ajuda por dia para atender às necessidades dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza.
A situação na Faixa de Gaza permanece delicada, com a população enfrentando dificuldades cada vez maiores devido aos efeitos do conflito. A falta de suprimentos básicos está afetando milhares de famílias.