Sem resoluções, palestinos criticam paralisia da ONU e cobram “dois Estados”

Atualizado em 30 de outubro de 2023 às 21:22
Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Foto: Bryan R/ Smith/AFP

A sessão de emergência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) desta segunda-feira (30) terminou sem votar uma resolução diplomática para o conflito entre Israel e o Hamas.

A reunião, convocada a pedido das delegações dos Emirados Árabes Unidos e China, ocorreu após a Assembleia Geral aprovar um documento que pede um cessar-fogo imediato para facilitar a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Trata-se da última presidida pelo Brasil, na figura de seu chanceler Mauro Vieira, que mais cedo fez duras críticas à inoperância do Conselho, que não conseguiu impedir o que chamou de “catástrofe humanitária”.

As resoluções votadas são de caráter recomendatório, ou seja, as partes envolvidas no conflito não são obrigadas a acatá-las, entretanto, por ser o único órgão da ONU com decisões vinculativas, há mais peso para o que é discutido pelo colegiado.

Composto por 15 delegações, o grupo enfrentou impasses na votação de quatro resoluções apresentadas pelo Brasil, Rússia e Estados Unidos. Em todas as ocasiões, pelo menos um dos países com assento permanente vetou o texto.

Embaixador da Palestina na ONU, Riyad Mansour. Foto: UN Photo/Ryan Brown

Diante disso, o embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, apelou por uma atuação eficaz dentro do Conselho de Segurança em favor de um cessar-fogo e para a implementação da solução de dois Estados, respeitando as fronteiras acordadas em 1967.

“Onze de vocês votaram a favor da resolução. Três se abstiveram e um foi contrário. Se vocês votaram esse texto lá, o que os impede de votar no Conselho de Segurança?”, questionou o representante palestino.

“Vocês são o Conselho de Segurança. Vão continuar paralisados ou vão agir? Solução de dois Estados? Nós aceitamos. Agora, quem vai implementar? Quem está impedindo vocês de implementar isso?”, completou  Mansour.

Contrário à resolução votada na última sexta-feira (27), o embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, e sua equipe passaram a usar estrelas de Davi amarelas nas roupas. O símbolo foi usado durante o regime nazista para identificar judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Erdan afirmou que o ícone seria usado “com orgulho” enquanto não houvesse a condenação dos ataques do Hamas contra a população israelense e a liberação imediata dos reféns. “Hoje, o mundo está vendo a ascensão de um Reich islâmico. Ainda assim, como foi na ascensão do nazismo, o mundo está em silêncio. Um silêncio ensurdecedor”, disse.

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