O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou que o tempo para acabar com a crise humanitária em Gaza e evitar a morte de civis está acabando. Ele discursou nesta segunda (30) no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e questionou: “Se não agirmos agora, quando agiremos?”.
O chanceler afirma que “a situação atual em Gaza é profundamente terrível e indefensável por qualquer padrão humanitário”. “Sob o direito internacional humanitário, uma catástrofe humanitária está se desenrolando diante de nossos olhos”, avalia Vieira.
Ele cita o número de mortos pelo conflito entre Israel e Hamas, principalmente as crianças, e diz que o conselho tem sido “incapaz” de acabar com a morte de civis que “estão sendo punidos por crimes que não cometeram”.
“Em três semanas, vimos esse conflito tirar a vida de mais de oito mil civis. Destes, mais de três mil são crianças. Desde a última vez que falei neste conselho, na semana passada, a contagem de crianças mortas aumentou em mil. Enquanto isso, o Conselho de Segurança realiza reuniões e ouve discursos, sem ser capaz de tomar uma decisão fundamental para acabar com o sofrimento humano no território”, prossegue.
Vieira reforça que há “um número intolerável de crianças” mortas pelo conflito e diz que o Conselho de Segurança tem oportunidade de acabar com o sofrimento de milhares de pessoas em Israel e Gaza, mas tem fracassado na tarefa. “Temos os meios para fazer algo e ainda assim nós repetidamente e vergonhosamente falhamos”, finaliza.
“Milhares de civis, incluindo um intolerável número de crianças, estão sendo punidos por crimes que não cometeram”, diz Mauro Vieira na ONU.
Em pronunciamento no Conselho de Segurança, Ministro das Relações Exteriores afirmou que órgão está “falhando vergonhosamente”.… pic.twitter.com/VTErwlsJDj
— Metrópoles (@Metropoles) October 30, 2023
No total, são 9.410 mortos no conflito, segundo a Al Jazeera e o Ministério da Saúde palestino. A maior parte das vítimas são palestinas: 8.005 mortos e 20.242. Em Israel, são 1.045 mortos e 5.431 feridos.
O governo brasileiro tem atuado com ajuda humanitária a Gaza e enviou, por meio de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), duas toneladas de alimentos doados pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) a pessoas presas no território.
Há 34 pessoas sob os cuidados do Brasil na região da Faixa de Gaza e um avião está no Cairo (Egito) desde o último dia 18 aguardando autorização para resgatá-los. No último dia 21, a ajuda humanitária começou a entrar pela fronteira com o Egito, mas organizações que atuam na região dizem que a quantidade é insuficiente para auxiliar as 2,2 milhões de pessoas que vivem na região.