
O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, afirma que já foi procurado pelo ex-deputado estadual paranaense Tony Garcia, que relata ter sido usado como uma espécie de grampo ambulante após acordo de delação premiada da Lava Jato.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli determinou a abertura de um inquérito contra o senador Sergio Moro (União-PR) e procuradores envolvidos no acordo de delação premiada de Tony Garcia. O objetivo é apurar se existiram irregularidades no caso.
O caso foi apresentado ao STF pelo ex-deputado, que firmou o acordo com Moro enquanto ele era chefe da 13ª Vara Federal. Segundo Tony Garcia, ele foi usado para obter provas contra autoridades com foro por prerrogativa de função.
Leia a manifestação de Kakay na íntegra:
Há muitos anos tenho corrido o Brasil fazendo palestras, participando de debates em rádios e televisões, escrevendo artigos para fazer uma denúncia: o Moro e seu bando de procuradores adestrados corrompiam o sistema de Justiça e pressionavam os investigados a fazerem delações criminosas com intuito de instrumentalizar o Judiciário com finalidade política.
As delações eram claramente dirigidas e centenas de vezes eu denunciei este fato gravíssimo, criminoso. Sempre afirmei que, em uma delação dirigida, o delator mente, omite, protege, acusa quem o juiz e os procuradores querem culpabilizar.
Tempos atrás fui procurado pelo Tony Garcia. Disse a ele que, por princípio, eu não advogava para delatores, mas ouvi a história dele. Estarrecedora. Desvenda uma teia criminosa que certamente levará para o cárcere esta republiqueta de Curitiba. É muito impressionante a ousadia destes indigentes intelectuais.
Muita coisa ainda vai acontecer.
Eu, cuidadosamente, instrui o Tony Garcia e o orientei.
Vale acompanhar.