“Agro botou 3 mil ônibus”: as mensagens golpistas que embasaram a ação da PF contra Jordy

Atualizado em 18 de janeiro de 2024 às 17:11
O deputado bolsonarista Carlos Jordy (PL-RJ) foi alvo de busca e apreensão da PF nesta quinta (18). Foto: Reprodução

A Polícia Federal identificou uma série de diálogos entre investigados sobre a organização de atos golpistas. As mensagens foram expostas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no pedido de busca e apreensão contra o deputado bolsonarista Carlos Jordy (PL-RJ) e outros apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

No documento, a PGR cita uma mensagem enviada por uma mulher a um dos golpistas em que fala sobre o apoio do “pessoal do agro” para um ato e diz que empresários do setor vão ajudar com um “apoio para três mil ônibus”.

Bolsonarista diz que “pessoal do agro botou 3 mil ônibus” em ato golpista. Foto: Reprodução

Em vídeo enviado ao grupo de WhatsApp “Direta Campos – Movimento Ordem e Progresso”, um golpista fala sobre acampamento feito em frente a um quartel general do Exército no interior do Rio de Janeiro e comemora bloqueio em rodovia: “Fecharam tudo”.

No registro, ele ainda cita que caminhoneiros estão apoiando o ato golpista e menciona o “agronegócio”. Veja:

Golpista identificado como Daniel comemora bloqueio de rodovia em vídeo enviado a grupo de WhatsApp. Foto: Reprodução

Em mensagem enviada ao mesmo grupo e interceptada pela PF, um dos investigados fala sobre organizar um ato golpista e juntar recursos com o apoio de alguns empresários. “A gente precisa juntar oito mil reais. (…) Será que a gente consegue levantar mais alguns empresários amigos aí que possam ajudar?”, diz o bolsonarista.

Bolsonarista fala que grupo deve juntar R$ 8 mil para custear ato golpista. Foto: Reprodução

Investigadores também encontraram mensagens trocadas entre Jordy e Carlos Victor de Carvalho, o “CVC”, apontado como “liderança da extrema-direita” e organizador de atos golpistas. Segundo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o parlamentar era “a pessoa que efetivamente orientava” os bolsonaristas.

Foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em Brasília nesta quinta. Segundo a PF, “os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa e incitação ao crime”.

As investigações apontam que os atos liderados por Jordy podem ter culminado no ataque terrorista de 8 de janeiro em Brasília, quando foram depredadas as sedes dos Três Poderes.

Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.