Sob Bolsonaro, Abin espionou ilegalmente mais de 30 mil ilegalmente, diz diretor da PF

Atualizado em 25 de janeiro de 2024 às 11:06
Andrei Passos, diretor-geral da PF. Foto: reprodução

Segundo o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos, estima-se que aproximadamente 30 mil cidadãos brasileiros tenham sido sujeitos a monitoramento ilegal pela Agência Brasileira de Informações (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Nesta quinta-feira (25), a PF realizou buscas contra o ex-diretor-geral da Abin, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL), que é próximo à família Bolsonaro, e outros funcionários da agência suspeitos de participação em espionagem ilegal.

As investigações indicam que o monitoramento era conduzido através do software israelense FirstMile, resultando no armazenamento dos dados fora do país. O chefe da PF revelou em uma entrevista à Globonews, em 4 de janeiro, que aproximadamente 30 mil pessoas foram clandestinamente monitoradas ilegalmente. Os dados desses cidadãos brasileiros estavam armazenados em servidores em Israel, devido à empresa responsável pela ferramenta ser israelense.

De acordo com Passos, os alvos geralmente eram pessoas em posição contrária ao governo anterior, incluindo juízes, políticos, professores, jornalistas e sindicalistas. Ele explicou que a ferramenta tinha a capacidade de invadir dispositivos móveis usando dados de GPS, possibilitando o acompanhamento não apenas da localização das pessoas monitoradas, mas também identificando suas interações.

Bolsonaro e Alexandre Ramagem. Foto: reprodução

“Ela [ferramenta] permite o rastreio mediante a invasão dos aparelhos. não é apenas monitoramento de antena. Ou seja, há monitoramento telefônico de sinais que apontam a localização exata que essas pessoas estão. E aí, a partir de cruzamento de informações […] posso concluir que eles se encontraram em determinado momento e em determinadas circunstâncias. Portanto, isso traz uma série de consequências”, disse.

O diretor-geral destacou que essa ferramenta não se limitava ao monitoramento de antenas de celular, mas permitia rastrear invadindo diretamente os dispositivos. Esse método de monitoramento telefônico fornecia informações precisas sobre a localização exata das pessoas monitoradas, possibilitando a dedução de encontros específicos em determinadas circunstâncias, gerando consequências significativas.

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Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.