
O ex-presidente Jair Bolsonaro desautorizou a criação de vaquinhas para bancar seu ato na Avenida Paulista no próximo dia 25. Ele afirmou a parlamentares aliados que o evento já tem recursos suficientes e pediu que seus apoiadores não contribuam com eventuais campanhas que tenham como objetivo financiar a manifestação.
“Comunicado que o evento de 25/fevereiro tem uma coordenação. NÃO PRECISAMOS DE RECURSOS. Quem porventura esteja pedindo dinheiro (vaquinha) para o evento, não conta com nosso apoio. NÃO CONTRIBUA”, escreveu Bolsonaro em mensagem enviada a aliados nesta quinta (15).
Ele também pediu que seus apoiadores não marque eventos paralelos em outras cidades do país. “Não marquem, repito, e não compareçam em nenhum movimento fora da capital de São Paulo”, afirmou e vídeo publicado e suas redes sociais.
– Dia 25, evento na Paulista, apenas.
– Grato pela compreensão.
– Jair Bolsonaro. pic.twitter.com/MrxvXeig1f— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) February 16, 2024
O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, afirmou ontem que a sua igreja vai financiar o ato do ex-presidente. Em entrevista coletiva ao lado de Fábio Wajngarten, assessor e advogado de Bolsonaro, o religioso disse que “os recursos são exclusivos da Associação Vitória em Cristo”.
O pedido para que não façam vaquinhas ocorre após ele se tornar alvo de investigação por receber R$ 17 milhões via Pix no ano passado. Segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a quantia, considerada “atípica”, foi enviada à sua conta bancária entre 1º de janeiro e 4 de julho de 2023.
Na ocasião, foi alegado que o dinheiro seria usado para pagar suas multas por descumprimento de medidas sanitárias durante a pandemia da Covid-19 em São Paulo, que acabaram sendo perdoadas em janeiro deste ano.
Ao convocar o ato na última segunda (12), Bolsonaro também pediu que seus apoiadores não levem cartazes ou outros itens com ataques “contra quem quer que seja”. O objetivo é evitar uma provocação contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um dos principais alvos de seus atos golpistas durante seu mandato na Presidência.