
Affonso Celso Pastore, o Posto Ipiranga de Sergio Moro, participou de audiência pública na Câmara dos Deputados. Ele afirmou nesta quinta (18) que o auxílio emergencial de R$ 600 foi pago para muita gente. E declarou que isso foi um dos erros graves do governo Bolsonaro.
O ex-presidente do Banco Central iniciou a fala quando comentava a aprovação da PEC dos Precatórios. Ele classificou a tentativa de usar parte da folga da proposta como “clientelismo político de péssima qualidade”.
“Não preciso ir muito longe para dizer que houve um enorme desperdício na utilização dos recursos”, relatou. “Em um país que é avaliado por um economista que é o criador do Bolsa Família. Chamado Ricardo Paes de Barros, que estima a pobreza absoluta no país, olhando por cima. Em algo como 25 milhões de habitantes, foi dado os R$ 600 para 66 milhões de pessoas. Quer dizer, tinha gente que não tinha que receber”, acrescentou.
Pastore também fez comparação do gasto em relação ao PIB de outros países desenvolvidos durante a crise da Covid. Na opinião dele, aconteceu um “gasto mal feito, de um erro de dimensionamento para aquilo que o governo podia gastar”.
O auxílio emerge começou em abril do ano passado com o objetivo de diminuir os impactos financeiros causados pela pandemia. Seu valor inicial foi de R$ 600 e depois caiu para R$ 300. Acabou sendo suspenso em dezembro e retornou em abril deste ano, com valores de R$ 150 a R$ 375.
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Quem é o Posto Ipiranga de Moro
O “Posto Ipiranga” de Sergio Moro, Affonso Celso Pastore. nasceu em São Paulo, em 1939. Em 1961, se formou em economia Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Tornou-se doutor em economia ao terminar o doutorado na mesma universidade, em 1969.
Em 1966, foi assessor do secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, Antônio Delfim Neto, na gestão do governador Laudo Natel. No ano seguinte, virou ministro da Fazenda.
Entre 1967 e 1973, integrou a assessoria conjunta dos ministérios da Fazenda e do Planejamento. Em 1968, fez parte da delegação do governo brasileiro na reunião do FMI, em Washington.
Na década de 1970, coordenou o grupo de pesquisas do IPEA e assumiu a coordenação de pesquisa do IPE. Também participou da Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia. Ele fez parte das atividades ligadas ao National Bureau of Economic Research.
Chegou a trabalhar fora do país e assessorou o Uruguai em projetos de políticas de estabilização e balanço de pagamentos. Ainda trabalhou no board of trustees do International Research Institute (IFRI).
Em março de 1979, foi convidado pelo governador José Maria Marin para ser secretário dos Negócios da Fazenda de São Paulo. Também fez parte do conselho técnico do Instituto de Economia Gastão Vidigal, em 1980. No ano seguinte, se tornou membro do conselho consultivo da Associação Brasileira das Indústrias Elétricas e Eletrônicas.
Em 1983, não quis responder pelo estouro no orçamento do estado por conta dos gastos da Paulipetro. Ele atribiu a responsabilidade ao então secretário da Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia, Osvaldo Palma. Deixou a Secretaria da Fazenda em março.
Guru de Moro foi presidente do Banco Central
Em agosto de 1983, o ministro da Fazenda, Ernâni Galveias, convidou o guru de Sergio Moro para ser presidente do Banco Central. Ao tomar posse, não quis fazer medidas de choque. Seu objetivo era seguir as diretrizes dos compromissos firmados com o FMI. Também projetou crescimento negativo do PIB para os anos seguintes.
Ele assumiu o cargo diante de forte crise da dívida externa, culpa da opção de crescimento com endividamento feito na década de 1970. E que piorou no choque do petróleo, em 1979.
Em março de 1985, deixou a presidência do Banco Central. Foi o último presidente da instituição da Ditadura Militar do Brasil. Ao longo da sua carreira, tornou-se uma figura poderosa apenas no período em que os militares comandaram o país.
Ele obteve sucesso na iniciativa privada, escrevendo livros.
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