Guerra na Ucrânia: 90% do país pode ser jogado na extrema pobreza, diz ONU

Atualizado em 16 de março de 2022 às 11:48
Escombros de edifício ucraniano
Escombros de edifício ucraniano. Foto. Reprodução

As primeiras estimativas do impacto econômico e social do conflito entre a Rússia e a Ucrânia foram divulgadas nesta quarta-feira (16), pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Entre elas, está a previsão de que, se o conflito for prolongado, 9 em cada 10 ucranianos ficarão abaixo da linha de pobreza.

Segundo o PNUD, a guerra na Ucrânia está causando um “sofrimento humano inimaginável”. Tudo por conta das mortes e os deslocamentos daqueles que fogem dos combates. A ONU teme que a Ucrânia recue décadas em termos de avanços sociais e que se percam as conquistas econômicas dos últimos anos.

“Embora a necessidade de assistência humanitária imediata aos ucranianos seja da maior importância, os impactos agudos de desenvolvimento de uma guerra prolongada estão agora a tornar-se mais evidentes”, disse o administrador do PNUD, Achim Steiner.

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Perdas econômicas da Ucrânia

De acordo com o PNUD, “as primeiras estimativas sugerem que 90% da população ucraniana poderia enfrentar pobreza e extrema vulnerabilidade econômica caso a guerra se aprofunde, atrasando o país —e a região— décadas. Deixaria profundas cicatrizes sociais e econômicas para as gerações futuras”. A estatística representa mais de 36 milhões de pessoas vivendo com menos de US$ 5,5 (R$ 28,22) por dia.

A ONU alerta sobre o risco de 18 anos de conquistas socioeconômicas serem perdidas. Sendo quase um terço da população vivendo abaixo do limiar da pobreza e mais 62% em alto risco de cair no mesmo patamar nos próximos doze meses. Na pior das hipóteses observadas, o Produto Interno Bruto (PIB) do país teria uma queda de 60%.

Na infraestrutura, estimativas do governo ucraniano apontam que pelo menos US$ 100 bilhões foram destruídos em edifícios, pontes, escolas, hospitais e outros bens físicos, além da guerra ter provocado o fechamento de metade das empresas e a redução drástica de operação dos outros 50%.

Entretanto, o lado humanitário é preocupante. Nessa terça-feira (15/3), após 20 dias de conflito, o número de civis mortos chegou a 636, dos quais 97 são crianças.

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