O coach e empresário Thiago da Cruz Schoba, mais conhecido como Thiago Schutz ou “Coach Campari”, que ameaçou por mensagens a atriz e roteirista Lívia La Gatto, tem milhares de seguidores nas redes sociais, foi editor de livros e, como antecipou o DCM, ganha a vida com mentorias e vídeos que utilizam frases chamativas e que supostamente ensinariam homens sobre como se relacionarem com as mulheres.
A reportagem entrou em contato com o coach para saber o preço de suas mentorias. No site oficial, ele diz que faz uma consultoria exclusiva, rápida ou em grupo, com duração média de uma hora.
Schutz cobra R$ 1700,00 por uma única vez via chamada de vídeo e R$ 2500,00 pela consultoria presencial em São Paulo, capital, uma única vez. A duração da sessão é de até 1h30 e os preços via pix para demais localidades são negociáveis.
Thiago é de Salto, cidade do interior de São Paulo, e diz fazer parte de aconselhadores “red pill”. Para os seguidores do movimento, “red pill” seria o homem que tomou “consciência” e não seria mais “usado” por mulheres. O conceito veio do filme “Matrix”.
Ele se apresenta como escritor, palestrante e apresentador. De acordo com o site do coach, Thiago estudou Engenharia Elétrica e Publicidade e Propaganda. Além disso, tem livros na editora da família. No Instagram, a página “Manual Red Pill Brasil” tem mais de 336 mil seguidores e 637 publicações.
Thiago foi apelidado de “Coach Campari” após usuários de redes sociais repercutirem sua fala durante entrevista para o podcast “Buteco”: “Eu tomando meu Campari e a mina tomando uma ‘breja’. ‘Ah, mas se eu pegar uma ‘breja’ para você, você toma comigo?’ Eu falei: ‘Ah, mano, não vou tomar agora, eu estou tomando Campari’. ‘Pô, mas você não toma comigo?’. Eu falei ‘mano, eu não tomo, entendeu?'”.
https://twitter.com/psyoprincess/status/1622555304410992642?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1622555304410992642%7Ctwgr%5E1ccbf7f6b4532fa109f5b5a57be41af38feb2775%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2Fcoach-red-pill-cobra-ate-r-2500-para-dizer-a-homens-que-mulheres-tambem-sao-seres-humanos%2F
A empresa de bebidas Campari, no entanto, se posicionou em relação ao caso do coach e disse que “não tem, e nem nunca teve, nenhum tipo de relação, vínculo ou contato com Thiago Schutz”. “Campari se solidariza com todas as mulheres que foram envolvidas nesse caso de misoginia e ameaças, e rechaça veementemente toda atitude preconceituosa e violenta manifestada por este influenciador”, disse.
Há ao menos duas ações na Justiça que citam Thiago Schutz. Em 2020, ele entrou com um pedido de danos morais contra uma mulher que o teria chamado de “bandido” em 2017. Em outra ação, de 2015, o proprietário de um imóvel em Itu, também no interior de São Paulo, disse que o coach o devia R$ 6.000.
Ele ainda ameaçou de processo e de morte a atriz Lívia La Gatto através de uma mensagem nas redes sociais. “Você tem 24 horas para retirar seu conteúdo sobre mim. Depois disso processo ou bala. Você escolhe”, escreveu Thiago para ela.
A atriz compartilhou a ameaça em seus stories e disse: “Tchurma, o guerreiro campa me ameaçou. Devo me preocupar?”. Ela disse ainda que já registrou um boletim de ocorrência sobre o caso.
Thiago decidiu se pronunciar nesta segunda-feira (27) sobre o episódio. “Quando eu falei ‘bala’ na frase: ‘Você tem 24 horas para retirar seu conteúdo sobre mim. Depois disso é processo ou bala. Você escolhe’, não foi no sentido literal. Não foi uma ameaça. Jamais”, explicou. “Nunca tive a intenção de tirar a vida de ninguém”.