
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, em depoimento à Polícia Federal, que mantinha “conversas esporádicas” com o major reformado Ailton Barros, que é investigado por discutir plano para golpe de Estado. Ele alegou que conhece o militar há cerca de 20 anos por conta de eventos da Brigada Paraquedista no Rio de Janeiro.
“Indagado se Ailton Barros mantinha contato direto com o declarante, respondeu que mantinha contato com Ailton por conversas esporádicas em aplicativos de mensagens”, diz transcrição do depoimento de Bolsonaro. O ex-presidente ainda alegou que Ailton costumava se aproximas dele em períodos eleitorais.
Bolsonaro também alegou que “não mantinha relacionamento pessoal” com Barros e que “não participou ou orientou qualquer ato de insurreição ou subversão contra o Estado de Direito”.
Ailton Barros foi preso pela PF no âmbito das investigações de esquema de fraude da vacina. Ele, o coronel do Exército Elcio Franco e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foram descobertos pela corporação planejando golpe de Estado.
Ele ficou conhecido como “segundo irmão” do ex-presidente. Candidato a deputado estadual pelo PL em 2022, Ailton usou um áudio de Bolsonaro em sua campanha, em que o então presidente citava uma relação de longa data entre eles.
“Ailton, você sabe, você é um velho colega meu, paraquedista. Tu é meu segundo irmão, né? Primeiro é o Hélio Negão, depois é você. Tu sabe do carinho que tenho contigo, da nossa amizade”, diz Bolsonaro no áudio.