Ex-militar que planejou golpe era chamado de “segundo irmão” por Bolsonaro

Atualizado em 4 de maio de 2023 às 17:44
Ailton Gonçalves Moraes Barros e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

O militar reformado e advogado Ailton Gonçalves Moraes Barros, preso na última quarta-feira (3) em operação da Polícia Federal (PF), já foi chamado de “segundo irmão” pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com informações do O GLOBO.

Barros é um dos alvos da Operação Venire, que investiga possível fraude em cartões de vacinação contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde.

Além disso, foi revelada nesta quinta-feira (4) a troca de áudios entre o tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e Ailton sobre um plano de golpe de Estado. A transcrição está em posse da PF e mostra que os dois militares planejaram instalar um golpe militar e prender o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ailton, que foi candidato a deputado estadual pelo PL, também acompanhou o então presidente durante a votação no segundo turno das eleições de 2022, na Vila Militar, zona oeste do Rio de Janeiro.

Às vésperas do primeiro turno, o militar reformado compartilhou um áudio enviado por Bolsonaro no qual o então chefe do Executivo se referia a ele de forma carinhosa, citando um relacionamento de longa data entre ambos.

Em sua passagem pelo Exército, Ailton esteve lotado no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista, em Deodoro, onde Bolsonaro atuou na década de 1980.

“Ailton, você sabe, você é um velho colega meu, paraquedista. Tu é meu segundo irmão, né? Primeiro é o Hélio Negão, depois é você. Tu sabe do carinho que tenho contigo, da nossa amizade”, diz Bolsonaro no áudio.

Segundo a investigação da PF, Barros foi acionado por Mauro Cid, em novembro de 2021, com um pedido para que obtivesse um comprovante de vacinação em nome da sua esposa, Gabriela Santiago Cid.

O militar reformado comunicou a Cid ter conseguido o documento por intermédio de um ex-vereador do Rio, Marcello Siciliano (Progressistas).

Em mensagens reveladas pela corporação, o ex-major do Exército também afirmou saber que é o mandante da morte da ex-vereadora Marielle Franco.

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