Os 15 minutos de fama da policial Kátia Sastre tem tudo para durar por muito tempo. Depois de ser notícia nacional por matar um bandido que assaltava um grupo de mulheres, a cabo da Polícia Militar de São Paulo vai ser candidata a deputada federal.
Ela vai se filiar ao PR, conforme informou o deputado federal Capitão Augusto. A expectativa do partido é que ela receba até 500 mil votos e ajude a eleger outros nomes da legenda.
A investida do partido político junto à policial é só mais uma prova de como a endemia de assaltos, estupros e homicídios, que qualquer pessoa com o mínimo de bom senso considera trágica, pode se tornar um recurso para fins eleitoreiros.
A tática, apesar de velha, é eficiente. Ajudou a eleger os Bolsonaro e um bom número de parlamentares que levam junto aos nomes patentes militares ou a alcunha de “delegado”, escorados na tensão social provocada pela violência e pródigos em soluções rasas e inócuas como a universalização do porte da arma ou a implantação da pena de morte.
Cada crime noticiado é carne suculenta para os abutres enfiados em ternos azul-marinho. Com o papo cheio, arrotam promessas e de sobremesa saboreiam os votos dos iludidos.
Neste banquete sanguinolento, não há espaço para questionamentos éticos como o respeito à memória das vítimas ou à preservação da identidade dos envolvidos, como demonstrou o futuro correligionário da cabo Sastre, senador Magno Malta, ao levar a CPI dos Maus Tratos para o seu reduto eleitoral, o Espírito Santo.
Sem economizar no histrionismo e se aproveitando de câmeras estrategicamente colocadas, o senador deu voz de prisão ao tio e ao avô de um menino de dois anos que havia sido abandonado na rua pela mãe alguns dias antes. A acusação foi de que a criança seria vítima de abusos por parte dos dois.
Faminto por holofotes, o senador nem levou em consideração a repercussão da notícia do abandono do menino ao tornar pública a acusação contra os dois homens, expondo, consequentemente, a imagem da criança.
A mesma CPI ouviu o pastor George Alves, acusado de estuprar, agredir e atear fogo no filho Joaquim, de três anos, e no enteado Kauã, de seis. George estava preso há quase um mês e as investigações que concluíram a sua participação no crime haviam terminado dois dias antes do depoimento da CPI.
A imprensa deu ampla cobertura ao depoimento, embora sem colher nenhuma informação relevante a respeito do crime. A questão mais importante, contudo, passou despercebida. Ninguém questionou por que o senador gastou dinheiro público para levar o aparato da CPI ao Espírito Santo e colher depoimentos de acusados que aguardam julgamento.
Se perguntassem ele não falaria, mas é obvio que Magno Malta fazia palanque para a reeleição ao Senado ou se aventurar como vice de Jair Bolsonaro. Nada mais que isso.
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