A desmoralização de Bolsonaro: novo comandante do Exército é general que defende isolamento, máscaras, álcool gel

Atualizado em 31 de março de 2021 às 20:38
General Paulo Sérgio Nogueira

Mais uma prova da desmoralização de Jair Bolsonaro: o novo comandante do Exército é o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

Trata-se do homem que deu entrevista ao Correio Braziliense defendendo medidas de combate à covid-19 como lockdown e uso de máscaras.

As declarações do cearense Paulo Sérgio, refutando o negacionismo bolsonarista, foram um dos motivos que levaram à demissão do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.

Falou também numa “terceira onda” da covid-19.

“Desde a chegada ao quartel até a instrução; à noite, na hora de dormir; é o termômetro na entrada, higienização dos pés, álcool em gel, uso da máscara, distanciamento. Nós testamos praticamente todos os recrutas, quase 90%, e o índice de contaminação foi muito baixo”, afirmou.

A taxa de mortalidade na instituição é de 0,13%, abaixo do índice de 2,5% da população. Bolsonaro preferiu colocar no Ministério da Saúde outro soldado — o inútil Pazuello.

Paulo Sérgio chefiava o Departamento-Geral do Pessoal e é a autoridade máxima de saúde e de recursos humanos da corporação.

Foi comandante militar do Norte e integra o Alto-Comando.

É ligado a Pujol, seu antecessor, que desagradou Bolsonaro por não se manifestar contra a decisão de Fachin de anular processos de Lula.

Bolsonaro foi obrigado a se enquadrar nos critérios tradicionais de nomeação e a ceder aos militares.

Seu sonho de nomear um radical de extrema direita foi para o buraco.

O presidente está na mão do Centrão, do Exército e da Justiça.