A estratégia das centrais de apoiar a greve dos caminhoneiros pode custar caro. Por Afrânio Silva Jardim

Atualizado em 27 de maio de 2018 às 8:07

Publicado no Facebook de Afrânio Silva Jardim, um dos maiores processualistas do Brasil

Percebe-se que as principais centraIs sindicais julgam que podem “ganhar” a categoria dos caminhoneiros, apoiando o seu movimento de paralisação.

Entretanto, todos sabem que cerca de 70% dos caminhoneiros são empregados de empresas de transporte rodoviário de carga e que eles nada lucram com os acordos que estão sendo realizados como o poder público. 

O lucro será das empresas e nem por isso seus salários serão aumentados. Muitos estão parados por ordem dos patrões (locaute).

Já em relação aos autônomos (minoria), a cooptação se nos afigura pouco provável. Primeiro, não sendo empregados, não poderiam ser filiados às Centrais Sindicais (não tenho certeza, mas é o que me informaram).

Por outro lado, sendo autônomos, estão dispersos por todo o território nacional e não têm formação política e ideológica. Trata-se de profissionais de formação individualista e sem política ou consciência de classe. São conservadores.

Assim, acho que, se as Centrais Sindicais não devem, politicamente, hostilizar os caminhoneiros, o certo é que não devem endossar e “engrossar” o seu movimento, que causa prejuízo à população e pode criar uma situação de instabilidade perigosa.

Prudência e sabedoria política é o que se espera dos movimentos sociais, principalmente neste momento.