A estratégia-surpresa da PF para interrogar Bolsonaro e aliados

Atualizado em 22 de fevereiro de 2024 às 14:06
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro do GSI Augusto Heleno. Foto: Carolina Antunes/PR

A Polícia Federal vai adotar uma estratégia-surpresa durante os depoimentos do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados nesta quinta (22). Investigadores vão interrogar, simultaneamente, 24 pessoas envolvidas no planejamento de golpe de Estado para manter o então mandatário no poder. A informação é da coluna de Guilherme Amado no Metrópoles.

As equipes que vão conduzir as oitivas vão se comunicar durante os depoimentos, fazendo com que os delegados saibam o que outro investigado está falando em outra sessão e usando as informações para confrontar os depoentes.

O objetivo é buscar contradições nas oitivas e desestabilizar os investigados que pretendem ficar calado, mostrando que outros depoentes podem estar fornecendo versões que prejudiquem a narrativa.

Bolsonaro é um dos depoentes que deve ficar calado durante a oitiva. Ele, que solicitou que o procedimento fosse adiado e teve o pedido negado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, deve ser questionado principalmente sobre a reunião golpista de julho de 2022 e a minuta encontrada em sua sala na sede do PL em Brasília.

Anderson Torres deve manifestar desejo de fazer delação premiada durante depoimento à PF. Foto: Marcos Corrêa/PR

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres, no entanto, não deve ficar em silêncio. Sua defesa já adiantou que ele “responderá a todos os questionamentos” da corporação sobre o plano golpista. Pessoas próximas ao bolsonarista também avaliam que ele deve manifestar o desejo de fazer uma delação premiada durante o depoimento.

Veja a lista de investigados convocados para prestar depoimento na sede da PF em Brasília:

  • Jair Bolsonaro (ex-presidente);
  • Augusto Heleno (general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional);
  • Anderson Torres (ex-ministro da Justiça);
  • Marcelo Costa Câmara (coronel do Exército);
  • Mário Fernandes (ex-ministro substituto da Secretaria-Geral da Presidência);
  • Tércio Arnaud (ex-assessor de Bolsonaro);
  • Almir Garnier (ex-comandante geral da Marinha);
  • Valdemar Costa Neto (presidente do PL);
  • Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa);
  • Cleverson Ney Magalhães (coronel do Exército);
  • Walter Souza Braga Netto (ex-ministro e ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro);
  • Bernardo Romão Correia Neto (coronel do Exército);
  • Bernardo Ferreira de Araújo Júnior;
  • Ronald Ferreira de Araújo Junior (oficial do Exército).

Simultaneamente, outros investigados vão prestar depoimentos em outras cidades:

  • Rio de Janeiro: Hélio Ferreira Lima, ⁠Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, ⁠Ailton Gonçalves Moraes de Barros e ⁠Rafael Martins Oliveira;
  • São Paulo: Amauri Feres Saad e ⁠José Eduardo de Oliveira;
  • Paraná: Filipe Garcia Martins;
  • Minas Gerais: Éder Balbino;
  • Mato Grosso do Sul: Laércio Virgílio;
  • Espírito Santo: Ângelo Martins Denicoli;
  • Ceará: Estevam Theophilo ( único depoimento marcado para sexta-feira).

Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link