Luciano Huck engatou uma quinta em sua campanha para presidente em 2022.
Num evento da revista Exame, da editora Abril, onde sempre foi tratado como a grande esperança branca, Huck “brilhou” para os padrões locais.
“A desigualdade é gritante. Se não fizermos nada, o país vai implodir. Quero ser um cidadão cada vez mais ativo para que o país se torne mais eficiente, mais afetivo e menos desigual”, disse.
Foi aplaudido de pé, segundo uma matéria tenebrosamente laudatória dos organizadores.
“Mas a gente não vai reduzir a desigualdade só conversando com brancos na avenida Brigadeiro Faria Lima. Favela virou paisagem e não pode.”
Esse Huck vai ter que conversar com outro, mais espontâneo e sincero, que apareceu numa matéria dos anos 90 na falecida Caros Amigos.
O relato é de Mylton Severiano:
Em 1994, fiz com Miss Lilly, a pedido da agência DPZ, o livro São Paulo de Bar em Bar. Visitamos uma centena – um deles, o bar Cabral, nos elegantes Jardins.
O dono, quando Miss Lilly perguntou sobre a clientela, relacionou alguns figurões e arrematou:
“Uma coisa eu digo: baiano aqui não entra.”
O autor dessa declaração é o mesmo que foi condenado pagar 40 mil reais por cercar com boias e redes a faixa costeira ao longo de sua mansão em Angra dos Reis.
Tudo sem autorização ambiental. Para manter a praia limpa de povo, mesmo.
Ali quem podia frequentar eram Joesley, Aécio, Sérgio Cabral, Demi Moore, Ashton Kutcher e o beautiful people.
Só branco.
O baiano ele mostra na TV para ganhar dinheiro e voto.
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