“A gente pensou que ia morrer”, diz jovem brasileira resgatada de Gaza

Atualizado em 14 de novembro de 2023 às 7:03
Shahed Al-Banna agradece governo brasileiro ao chegar em Brasília. (Foto: Reprodução)

A jovem brasileira Shahed Al-Banna, de 18 anos, compartilhou o medo e o trauma de estar presa em Gaza durante o conflito entre Israel e o Hamas. Shahed, uma das 32 pessoas resgatadas em um avião da FAB cedido pela Presidência da República, afirmou que se mudou para Gaza há um ano e meio para acompanhar a mãe em sua jornada contra o câncer e para visitar parentes no país de origem.

“A gente chegou a pensar que não iríamos mais conseguir sair de lá, que iríamos todos morrer e ninguém vai saber da gente”, declarou Shahed, que, logo em seguida, disse estar muito grata pelo governo brasileiro não ter medido esforços para trazê-la, juntamente com os outros brasileiros, de volta ao Brasil.

“Graças a Deus, graças ao governo brasileiro, graças ao presidente Lula, à Força Aérea, à Embaixada, a gente está aqui agora. (…) Até agora não estou conseguindo acreditar que estou aqui. Achei que iria morrer, mas estou viva. Estou muito feliz, emocionada por estar aqui, e agradeço muito, presidente”, disse a jovem.

O relato de Shahed ocorreu durante coletiva de imprensa, assim que o avião trazendo os brasileiros resgatados de Gaza pousou no Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou do momento em questão.

Guerra e caos inesperados

Em 7 de outubro, quando a guerra começou, Shahed estava se preparando para a faculdade quando bombas começaram a cair sem aviso prévio.

“Deveria ser um dia normal, e de repente começou a cair bomba, começaram a bombardear todos os lugares sem aviso, e a gente ficou assustada”, relatou emocionada.

Durante o conflito, Shahed perdeu muitos familiares, amigos e até sua própria casa.

Depoimento de Hasan Rabee, outro resgatado

Outro brasileiro no avião, Hasan Rabee, de 30 anos, nascido em Gaza, compartilhou a angústia de ficar preso na zona de conflito.

Ele, que possui cidadania brasileira, ficou 37 dias em Gaza, enfrentando fome e sede. Rabee agradeceu à Embaixada do Brasil pelo suporte, destacando a dificuldade de atravessar a fronteira e chegar ao Egito.

Hasan descreveu a situação em Gaza como um massacre, com bombas caindo por todo lado. Ele tentou amenizar o impacto das bombas nas filhas, inicialmente dizendo que eram fogos de aniversário. No entanto, a realidade se tornou evidente, e suas filhas chegaram a fechar as janelas quando aviões militares israelenses sobrevoavam.

Próximos passos

O grupo de resgatados, agora em Brasília, receberá apoio médico, psicológico e documentação. Após dois dias, alguns seguirão para seus destinos, enquanto outros serão encaminhados para abrigos em São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso e Brasília. Duas crianças desnutridas foram atendidas em Brasília antes de seguir para um hospital local.

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