Na noite desta quinta-feira (16) a produção do programa Big Brother Brasil, da TV Globo, anunciou a expulsão de dois participantes do reality show: o funkeiro MC Guimê e o lutador de MMA Antônio “Cara de Sapato” Junior, sob a alegação de que eles cometeram assédio contra duas mulheres que estavam na casa: a atriz brasileira Bruna Griphao e a influencer mexicana Dania Mendez, que está na casa para um período de intercâmbio.
Mas, novamente, a emissora tratou um caso do tipo sem a seriedade que o assunto merece.
Ao anunciar a saída dos dois participantes, o apresentador do programa, Tadeu Schmidt, apenas falou que eles cometeram uma falha gravíssima e anunciou a eliminação dos dois no programa ao vivo. Deu a impressão de que a produção quis dar um ar de espetáculo ao evento para dar uma satisfação aos patrocinadores do programa, que postaram durante o dia notas de repúdio duríssimas contra o assédio.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu inquérito para investigar suposta importunação sexual.
Em outras oportunidades em que participantes foram expulsos, como a atriz Maria na edição passada por agressão, a produção agiu com mais rapidez, mas, ao fazer diferente desta vez, expôs as vítimas, principalmente a mexicana Dania, que está no Brasil por uma semana, pois é participante de um reality similar transmitido em seu país.
O Big Brother Brasil já teve outros casos de assédio ao longo da história, mas nenhum deles havia causado uma expulsão. Ao constranger as assediadas no programa ao vivo e ao não explicar o que aconteceu, a emissora carioca deu margem para comentários infelizes dentro e fora da casa, com pessoas culpando participantes mulheres pelo ocorrido, quando sabemos que o assédio é culpa exclusiva do homem neste caso.
Como uma das maiores empresas de comunicação do mundo, a Globo tem o dever social de ser mais incisiva nesses casos. Ao agir apenas por pressão de patrocinadores, ela mostra que, além de pouco tato, não está preparada para estas situações. Não dá para levar assédio sexual como espetáculo como levou.
Não dá para agir apenas quando o patrocínio milionário está na reta. Como concessão pública que é no caso da emissora de TV, é obrigação agir de acordo com a lei.