À PF, ex-chefe do GSI fala em ‘apagão’ e que não podia prender invasores do Planalto sozinho

Atualizado em 21 de abril de 2023 às 20:57
General Gonçalves Dias no Palácio do Planalto durante atos de 8 de janeiro. (Foto: Reprodução)

Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), afirmou à Polícia Federal que houve um “apagão” no sistema de inteligência durante o ataque terrorista de 8 de janeiro. O general ainda alegou que não sabe qual era a classificação de risco dada pelas autoridades na ocasião. O ex-ministro prestou depoimento nesta sexta-feira (21).

“Indagado se o declarante entende se houve apagão da inteligência, respondeu que acredita que houve um ‘apagão’ geral do sistema pela falta de informações para tomada de decisões”, diz registro do depoimento de GDias.

Questionado pela PF sobre o motivo da sua presença no Palácio do Planalto durante o ataque, ele diz que realizava  “gerenciamento de crise” e não poderia prender todos os invasores sozinho.

“Indagado porque no 3° e 4° piso conduziu as pessoas e não efetuou pessoalmente a prisão, respondeu que estava fazendo um gerenciamento de crise e essas pessoas seriam presas pelos agentes de segurança no 2° piso tão logo descessem, pois esse era o protocolo; QUE o declarante não tinha condições materiais de sozinho efetuar prisão das 3 pessoas ou mais que encontrou no 3° e 4° andar, sendo que um dos invasores encontrava-se altamente exaltado”, prossegue o registro do depoimento.

O ex-ministro ainda foi perguntado pela corporação sobre o fato de um dos agentes do GSI ter dado água aos terroristas e afirmou que teria prendido o servidor, se tivesse presenciado a cena. Na oitiva, ainda alegou que não determinou que os subordinados fossem retirados do Planalto, mas que fossem presos e encaminhados ao segundo andar do palácio.

A PF ainda fez perguntas sobre informações que autoridades tinham nas vésperas do ataque e qual era a avaliação de risco para a ocasião, mas GDias disse que “não teve conhecimento” de qualquer documento produzido sobre a segurança na ocasião.

“[Respondeu que] não tem informações decoradas sobre como a segurança do Palácio do Planalto deve ser empregada no cenário de risco laranja, mas estas devem estar no Plano Escudo; QUE não sabe dizer qual a classificação de risco para o evento de 08 de Janeiro e se seria de normalidade; QUE o responsável pela classificação de risco do evento seria o Gen. FEITOSA; QUE não sabe em que dados o GSI se baseou para classificar o risco do evento”, prossegue o depoimento.

Gonçalves Dias foi flagrado por câmeras de segurança do Palácio do Planalto na data da invasão. As imagens foram divulgadas pela CNN Brasil nesta semana e ele pediu demissão do posto após a repercussão do caso.

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