A reação dos bolsonaristas ao relatório da CPMI do 8/1

Atualizado em 17 de outubro de 2023 às 13:32
E ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

O relatório final da CPMI dos atos de 8 de janeiro, elaborado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), recebeu críticas contundentes de deputados e senadores bolsonaristas. Os parlamentares que compõem a minoria na Comissão rejeitaram o documento por considerarem que a relatora foi motivada por um sentimento de vingança e teve como alvo principal o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A deputada federal Caroline de Toni (PL-SC) expressou sua desaprovação, afirmando que a relatora “perseguiu a direita. E isso está se concretizando com a leitura do relatório”, ao invés de focar nas omissões do governo federal. Já Nikolas Ferreira (PL-MG) contestou o fato de Bolsonaro ser indiciado sem nuca ter sido convocado pela CPMI. “Nenhum depoente o acusou de crime algum”, defendeu.

Já a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) fez afirmações semelhantes, enfatizando que o relatório já estava pronto no plano de trabalho e criticando a falta de direito de defesa para algumas pessoas citadas. “Indiciar pessoas que não foram ouvidas, como o general Braga Netto, não foi dado o direito de defesa a ele… Eu acho que é um relatório indevido, absurdo, mas já era o esperado. Se tem um culpado por tudo no dia 8 é o general GDias, é o GSI”, argumentou.

Ainda no Senado, Eduardo Girão (Novo-CE) chamou o relatório de seletivo e frisou a suposta missão da senadora Eliziane como representante do governo: “Infelizmente a tropa de choque de Lula blindou a investigação, que acabou sendo seletiva. É uma peça de ficção científica que não tem qualquer noção com a realidade”. Já Marco Feliciano (PL-SP) caracterizou o relatório como um “relatório fake” e uma injustiça direcionada ao ex-presidente.

No relatório, Eliziane Gama pede o indiciamento de Bolsonaro por associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, considerando-o o “verdadeiro autor” dos atos ocorridos em 8 de janeiro.

O documento também sugere o indiciamento de 60 pessoas, incluindo militares da reserva como os ex-ministros Walter Braga Netto e Augusto Heleno, alegando que Bolsonaro instrumentalizou órgãos, instituições e agentes públicos, explorando a vulnerabilidade e a esperança de milhares de pessoas.

A votação do parecer está agendada para a quarta-feira (18), com expectativa de aprovação devido à maioria governista no colegiado. A oposição planeja apresentar dois relatórios paralelos na mesma data.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link