A nota de pesar cínica de Bolsonaro sobre Paulo Gustavo é o bilhete do assassino para sua vítima

Atualizado em 5 de maio de 2021 às 12:29
Paulo Gustavo e Bolsonaro

Jair Bolsonaro foi notadamente omisso para se manifestar sobre a morte de artistas brasileiros.

Silenciou sobre João Gilberto, Moraes Moreira, Rubem Fonseca, Luiz Alfredo Garcia-Roza, Aldir Blanc, Flávio Migliaccio, por exemplo.

Lamentou o passamento de MC Reaça, como num deboche.

Foi inacreditavelmente cínico diante da tragédia da pandemia. A canalhice foi cristalizada no célebre “E daí? Quer que eu faça o quê?” quando lhe falaram dos números.

Agora o presidente fala do comediante Paulo Gustavo.

“Meus votos de pesar pelo passamento do ator e diretor Paulo Gustavo, que com seu talento e carisma conquistou o carinho de todo Brasil. Que Deus o receba com alegria e conforte o coração de seus familiares e amigos, bem como de todos aqueles vitimados nessa luta contra a COVID”, escreveu no Twitter.

Por que agora, só depois de 410 mil mortos?

Medo da CPI. Medo de saber que será responsabilizado pelo genocídio.

O humorista é mais uma vítima do descaso de Bolsonaro ao lidar com a covid-19.

Não precisava ser assim. O assassino, como apontou Paulo Coelho, está solto.

O último grande feito de Paulo Gustavo foi quase consegue conferir humanidade a esse sujeito.

Quase.