Alunos que fazem parte do Comitê de Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino (ESPP) denunciaram estar enfrentando um processo disciplinar encabeçado pela Universidade de São Paulo (USP) devido a manifestações e à organização da luta estudantil contra o genocídio praticado por Israel contra os palestinos.
O procedimento administrativo foi iniciado após uma fala em uma assembleia durante a greve do curso de Ciências Moleculares, situado em um prédio privatizado nas dependências da USP, onde os alunos protestaram contra a postura de Israel diante da população palestina em Gaza.
Os DCEs de algumas das principais universidades de São Paulo assinaram um manifesto conjunto e publicaram no Instagram uma nota explicando o que entendem ser um processo de perseguição:
Alunos envolvidos no comitê de Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino (ESPP) estão sofrendo processo disciplinar encabeçado pela USP devido a manifestação e organização da luta de estudantes contra o genocídio que Israel pratica contra o povo palestino e contra a associação institucional da USP com o Estado sionista.
Em razão de uma fala em assembleia durante a greve do curso de Ciências Moleculares (curso este localizado em um prédio privatizado dentro da USP) pela reação de alunos ao genocídio sofrido pelo povo palestino, a USP decidiu abrir um processo administrativo disciplinar que pode culminar na expulsão dos citados. A universidade acusa os alunos de terem realizado discurso de ódio pelas suas falas contra o genocídio sionista e de terem impedido atividades acadêmicas.
Destacamos, porém, que o antissionismo e a luta pela dignidade do povo palestino não pode ser comparada ao antissemitismo. Trata-se, na realidade, de uma perseguição política advinda da prática de silenciamento sionista que também se coloca contra o direito de greve dos estudantes.
Este é mais um ataque à liberdade política dos estudantes, que, no caso dos estudantes de ciências moleculares, já foram sancionados de forma autoritária pela USP por manifestar-se dentro do Inova em 2023. Com esse ataque, a USP se coloca de forma evidente do lado da DEFESA DO GENOCÍDIO QUE ISRAEL PRATICA CONTRA O POVO PALESTINO.
[…] Ainda, é importante observar que a USP possui uma série de vínculos com universidades israelenses, inclusive possui espaço físico dedicado a Israel na AUCANI. Nesse sentido, indo contra todo o movimento global de solidariedade ao povo palestino, que sofre genocídio há sete décadas, a USP mantém seus laços com Israel e policia os alunos que se manifestam. A mesma USP que ameaçou jubilar milhares de calouros ano passado por conta da greve mostra novamente a quem serve e seus interesses. A USP está nas mãos da burguesia e contra todos os trabalhadores do país. A USP está nas mãos do sionismo e contra o povo palestino!
NÃO VÃO NOS INTIMIDAR, DO RIO AO MAR, PALESTINA LIVRE JÁ!
REVOGAÇÃO IMEDIATA DO REGIME DISCIPLINAR DA DITADURA!
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