Guilherme Boulos provou ontem uma das mais doídas verdades nacionais: defender os pobres vai sempre trazer complicações para você.
É como se o Brasil fosse dividido em duas partes, uma ocupada pelos ricos e outra pelos pobres.
Opte por ficar ao lado da parte rica, e você se dará bem.
Opte por ficar ao lado da parte pobre, e você se dará mal.
É assim que funcionam as plutocracias mais atrasadas como a brasileira: aos fâmulos dos privilegiados, tudo. Aos defensores dos excluídos, nada — exceto os rigores de uma lei feita para favorecer os ricos.
É um modelo de sociedade que induz as pessoas a tomar desde cedo o partido dos poderosos.
Por tudo isso, os que vão contra a corrente merecem admiração em dose maciça.
São os melhores entre nós todos. Os mais solidários. Os mais bravos. Os mais generosos.
Guilherme Boulos é um destes raros que você pode resumir numa palavra: insubstituível.
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