Segundo um relatório da Polícia Federal, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), o serviço secreto brasileiro, atrapalhou o andamento de uma investigação que envolve Jair Renan Bolsonaro, filho do presidente da República. A informação é do jornal O Globo.
Um integrante do órgão de inteligência admitiu à PF ter recebido uma missão de levantar informações sobre o caso envolvendo o 04, com o objetivo de prevenir “riscos à imagem” do ex-capitão.
A operação da Abin ocorreu em 16 de março do ano passado, quatro dias após o filho do presidente e o seu preparador físico Allan Lucena se tornarem alvos de uma investigação da PF. A dupla é suspeita de abrir as portas do governo para um empresário interessado em receber recursos públicos.
Segundo apurações, os dois teriam facilitado a entrada no governo para empresários interessados em receber dinheiro público.
O monitoramento das investigações envolvendo o 04 e o preparador físico veio à tona após, em maio, Lucena acionar a Polícia Militar depois de perceber que estava sendo seguido por um carro. Ao ser abordado, o motorista do veículo se identificou como Luiz Felipe Barros Felix, agente da PF cedido para o órgão de inteligência.
Em depoimento, Felix afirmou trabalhar sob ordens de Alexandre Ramagem, comandante da agência de inteligência e homem de confiança do presidente. Após analisar o caso, a PF afirmou em um relatório que a atuação da Abin foi uma “interferência nas investigações”.
Em nota, a Abin afirmou não haver documentos oficiais sobre a missão citada por Felix. “Não há registro da referida ação nos sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). O agente de Polícia Federal Luiz Felipe Barros Felix não faz parte dos quadros da ABIN desde 29 de março de 2021”.