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Abin fez mais de 30 mil ações ilegais de espionagem durante governo Bolsonaro

Polícia Federal deflagrou a Operação Última Milha contra a Abin. Foto: reprodução

Segundo as investigações da Polícia Federal (PF), a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) utilizou um sistema de monitoramento de geolocalização, conhecido como FirstMile, de maneira indevida em mais de 30 mil ocasiões. A revelação foi publicada pela colunista Bela Megale, do jornal O Globo, nesta sexta-feira (20).

Entre os alvos monitorados, estão cerca de 1,8 mil pessoas, incluindo jornalistas, advogados, políticos, policiais e até ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que foram considerados adversários pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na Operação Última Milha, para investigar o uso indevido do software, a PF executou dois mandados de prisão e 25 de busca e apreensão em vários estados, incluindo São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e Distrito Federal. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, foi responsável pela expedição dos mandados.

Rodrigo Colli, especialista em contrainteligência cibernética da Abin, e Eduardo Arthur Izycki, oficial de inteligência, estão entre os detidos. Além disso, cinco diretores da agência foram afastados, incluindo Paulo Maurício Fortunato Pinto, secretário de Planejamento e Gestão da Abin.

Durante as buscas, PF encontrou US$ 171,8 mil em espécie na residência de Paulo Maurício Fortunato Pinto. Caio Santos Cruz, filho do ex-ministro Santos Cruz, também é um dos investigados por supostamente representar a empresa que vendeu o software à Abin.

Caio Cesar dos Santos Cruz e seu pai, o general Carlos Alberto Santos Cruz. Foto: reprodução

De acordo com as informações reveladas pela agência, o contrato para uso do FirstMile teve início no final de 2018, na gestão de Michel Temer. O software, adquirido por R$ 5,7 milhões da empresa israelense Cognyte, permitia o monitoramento de até 10 mil celulares anualmente, com a capacidade de criar históricos de deslocamento e alertas em tempo real.

A Abin divulgou uma nota informando que o software em questão foi descontinuado em maio de 2021 e que uma investigação interna estava em andamento desde fevereiro deste ano. A agência afirmou que compartilhou informações com a PF e o STF e cumpriu as determinações de afastamento temporário dos servidores ordenadas pela Justiça.

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Augusto de Sousa

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