“Abin Paralela”: CGU abre processo contra PFs que atuaram na agência na gestão de Ramagem

Atualizado em 11 de abril de 2024 às 10:49
Alexandre Ramagem e Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

A Controladoria-Geral da União (CGU) deu início a processos administrativos disciplinares (PADs) contra três servidores do Departamento de Polícia. Eles serão investigados por se ausentarem do serviço por mais de 60 dias entre 2021 e 2022, período em que estiveram cedidos à Agência Brasileira de Inteligência (Abin), conforme informações do Globo.

Durante esse período, a Abin utilizou um programa secreto chamado FirstMile para monitorar a localização de alvos pré-determinados por meio de aparelhos celulares. A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito e identificou que a ferramenta foi usada para monitorar políticos, jornalistas, advogados e adversários do governo Bolsonaro.

A CGU informou que as condutas de Marcelo Araújo Bormevet, Felipe Arlotta Freitas e Eliomar da Silva Pereira serão analisadas nos PADs, conforme determina a Lei nº 8.112/1990.

Bormevet, agente da PF desde 2005, encontra-se suspenso de suas funções atualmente. Freitas, também afastado por decisão de Moraes, é policial federal desde 2006 e foi cedido à agência entre 2019 e 2022, durante a gestão de Alexandre Ramagem, hoje deputado federal pelo PL.

Pereira, delegado da PF desde 2003, trabalhou na Abin entre 2021 e 2022. Durante seu período na agência de inteligência, ele desempenhou atividades no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para a Segurança das Comunicações (Cepesc).

Abin paralela: servidores serão alvo de processos disciplinares na CGU | Metrópoles
A sede da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) — Foto: reprodução

Além disso, a pasta assegurou que os envolvidos terão direito à ampla defesa e ao contraditório. O prazo de conclusão dos trabalhos é de 60 dias, podendo ser prorrogado por igual período.

A CGU também destacou que os servidores estão suspensos de exercerem suas funções públicas, devido a uma decisão do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), proferida em 25 de janeiro e relacionada à investigação sobre a “Abin paralela”.

Segundo a PF, além de policiais federais e servidores da Abin, o então diretor da pasta à época, Alexandre Ramagem, e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro são investigados por suposta participação na “Abin paralela”. Em janeiro, eles foram alvos de mandados de busca e apreensão.

Siga nossa nova conta no X, clique neste link
Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link