Abin paralela: Espionagem ilegal do governo Bolsonaro envolveu inteligência do Exército

Atualizado em 6 de fevereiro de 2024 às 10:48
Bolsonaro e militares. Foto: reprodução

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não foi a única entidade a contribuir com a máquina de espionagem direcionada aos interesses políticos do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo o colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, fontes graduadas da agência revelam, sob condição de anonimato, que a inteligência do Exército também foi requisitada para produzir informações destinadas ao círculo próximo do então presidente da República.

Os sinais da participação de militares nesse esquema estão ao alcance da Polícia Federal (PF), que está investigando a chamada “Abin paralela”.

Um ponto de partida para essa investigação pode ser o programa espião FirstMile, utilizado tanto pela Abin quanto pela inteligência do Exército, sendo de propriedade da empresa israelense Cognyte.

A base de consultas realizadas nos últimos anos pelos militares, obtida por meio de autorização para copiar os dados diretamente dos arquivos da Cognyte, também está sob análise da PF, conforme informaram os investigadores envolvidos no caso.

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Fachada do prédio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Oficiais de inteligência que acompanharam as atividades do grupo liderado por Alexandre Ramagem (PL-RJ) na Abin afirmam que, além do trabalho clandestino dentro da agência, existia um núcleo de inteligência militar a serviço de Bolsonaro e seu círculo íntimo.

Esse núcleo era composto por oficiais com histórico de serviços prestados ao Centro de Inteligência do Exército, o CIE, e mantinham uma ligação direta com o então gabinete presidencial.

Além do FirstMile, a inteligência do Exército, diretamente vinculada ao comando-geral da corporação, dispõe de uma variedade de outras ferramentas capazes de monitorar alvos selecionados.

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