Ações neonazistas em escolas sobem 760% durante governo Bolsonaro, diz estudo

Atualizado em 29 de abril de 2023 às 7:45
Suspeito preso após planejar ataque em escola usava suástica no braço. Foto: reprodução

Durante o governo Bolsonaro, entre os anos de 2019 e 2022, o Brasil registrou uma alta de 760% nos casos de violências de origem neonazistas e antissemitas nas escolas, segundo um relatório do Observatório Judaico dos Direitos Humanos no Brasil. Em 2019, foram cinco ocorrências, três em 2019, sete em 2021, e, em 2022, foram 43 eventos com essas motivações.

O Observatório já tinha divulgado um relatório preliminar em que apontava para esse aumento, e que a prática registrava maior frequência a cada ano escolar, com crescimento exponencial sob o governo de Jair Bolsonaro (PL). Conforme o estudo final, que será divulgado neste sábado (29), mais da metade de todas as ações no Brasil, desde 2019, foi concentrada em 2022.

Ao todo, 171 casos neonazistas foram identificados no Brasil nos últimos quatro anos, sendo que 89 acontecerem só no ano passado. Os ataques antissemitas também tiveram mais registros, das 69 ações no período, 25 delas foram no último ano de Bolsonaro, representando 36% do total.

De todas essas ações registradas, 50% contou com o uso de símbolos associados ao nazismo, como a suástica, braços esticados em referência a saudação a Hitler, entre outros, aponta o estudo. As ações que contam com agressão física equivalem a menos de 10% dos casos, mas também teve aumento equivalente a 67% de 2021 para 2022.

O Observatório destaca que o fenômeno não é novo no Brasil, uma vez que foi neste país que o partido nazista alemão teve sua maior filial fora da Alemanha, até a II Guerra Mundial: “O que chama a atenção é que esse ideário, que nunca deixou de existir no país, multiplicou-se a partir de 2019, com a eleição de Jair Bolsonaro, um representante da extrema-direita política e cujo discurso de ódio como que legitimou o avanço desses grupos”.

As ações que envolvem a polícia, o Ministério Público e empresas de tecnologia também precisam atuar para coibir esse tipo de atividade, segundo o estudo. Mas além de agirem de forma insuficiente, não tipificam criminalmente a apologia ao nazismo, que só é punida com base nas leis de crimes raciais.

Nos últimos dias, a Justiça Federal do Espírito, e o TSE, determinaram que as atividades do Telegram fossem suspeitas após apurar que na rede de mensagem existem grupos formados por neonazistas, e de lá surgem motivações para crimes como esses. Mas esses núcleos driblam a determinação e continuam usando o Telegram para espalhar ódio.

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