Após 25 anos de negociações, o aguardado acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE) pode ser finalmente concluído nesta sexta-feira (6), durante a cúpula do bloco sul-americano em Montevidéu, Uruguai. A presença de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, na capital uruguaia desde ontem reforça a expectativa de que o acordo seja selado, conforme informações do Globo.
Considerado um marco no comércio internacional, o acordo promete conectar mais de 700 milhões de pessoas, gerando uma integração econômica sem precedentes e envolvendo um Produto Interno Bruto (PIB) de impressionantes US$ 22,3 trilhões.
“A linha de chegada está próxima, vamos trabalhar e alcançá-la”, declarou von der Leyen em suas redes sociais ao chegar à América Latina. Ontem, ela se encontrou com o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, para alinhar os últimos detalhes do pacto.
Touchdown in Latin America📍
The finish line of the EU-Mercosur agreement is in sight.
Let’s work, let’s cross it.
We have the chance to create a market of 700 million people.
The largest trade and investment partnership the world has ever seen.
Both regions will benefit.
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) December 5, 2024
De acordo com fontes próximas ao processo, as negociações estão agora focadas em decisões políticas, deixando para trás questões técnicas. “Von der Leyen não teria vindo a Montevidéu sem uma expectativa real de sucesso”, afirmou uma pessoa ligada às tratativas.
Omar Paganini, chanceler do Uruguai, confirmou que os membros do Mercosul – Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai – já manifestaram apoio ao texto final.
Mesmo assim, há resistência dentro da União Europeia, com França e Itália se opondo à versão atual do acordo. Emmanuel Macron, presidente francês, chegou a classificá-lo como “inaceitável” devido a desafios internos que enfrenta em seu país.
Por outro lado, nações como Alemanha e Espanha defendem o avanço, preocupadas com a necessidade de manter relevância no cenário global diante da intensificação da competição entre os Estados Unidos e a China.
Se o acordo for oficializado, ele eliminará barreiras tarifárias para a maioria das exportações europeias ao Mercosul e abrirá o mercado europeu para produtos agrícolas sul-americanos. A iniciativa poderá fortalecer as relações entre os dois blocos em um momento de disputas comerciais intensas.