
Flagrada com trabalho escravo, a vinícola Salton teve faturamento recorde em 2022. Com R$ 500 milhões, foi o maior nos 112 anos de história da empresa. O crescimento foi acima de 10% sobre 2021. Maurício Salton, CEO da vinícola, afirmou que inovações e projetos que estimulam ESG vão levar a empresa a R$ 1 bi até 2030.
“O ano de 2022 trouxe desafios e novas formas de fazer nosso negócio prosperar, com inovações e projetos que nos estimulam, cada vez mais, investir nossos esforços na preservação do meio ambiente, na economia dos nossos recursos e nos cuidados com nossos stakeholders”, disse Maurício à Forbes.
A governança ambiental, social e corporativa, do inglês Environmental, social, and Governance (ESG), surgiu no mercado financeiro como uma forma de medir o impacto que as ações de sustentabilidade geram nos resultados das empresas.
Em 2022, a vinícola desenvolveu projetos de automatização do campo aos processos produtivos, ciência de dados e fermentação inteligente de espumantes, aplicação exclusiva da família nesse processo. São 1.032 hectares de cultivo de uvas, dos quais 138 próprios e 900 hectares de 300 produtores parceiros.
Foram vendidas 24,5 milhões de garrafas entre espumante, vinho e não alcoólicos. Mais 17,8 milhões de garrafas de destilados. Cerca de um milhão de garrafas foram exportadas para 30 países. O destaque vai para os EUA, mercado do qual a Salton responde por 96% das vendas de espumantes do Brasil. A empresa ainda investiu R$ 15 milhões para ampliar os vinhedos, em inovação e modernização do parque fabril.
A vinícola também é uma das principais responsáveis por distribuir vinho para missas em todo o Brasil. Apesar de representar apenas 1,3% da receita da empresa, o licoroso continua em linha. São distribuídos cerca de 300 mil litros por ano. A empresa detém mais da metade desse mercado no país.

Na quarta (22), a Polícia Rodoviária Federal resgatou mais de 200 pessoas em condições análogas à escravidão durante uma operação policial em Bento Gonçalves (RS). Em situação precária de hospedagem, higiene e alimentação, os homens resgatados atuavam, principalmente, na colheita da uva, em propriedades rurais do município.
Trabalhadores relataram que sofriam violência verbal, física, ameaças de morte e eram alimentados com comida estragada. A maioria veio da Bahia com promessas de salários superiores a R$ 3 mil. A empresa Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde Ltda mantinha o trabalho escravo e possuía contrato com a Salton.
O aliciador da mão de obra e administrador da empresa Fênix, Pedro Augusto Oliveira de Santana, chegou a ser preso ainda na quarta, mas foi liberado no dia seguinte após pagar fiança de R$ 39.060.
A Salton alega que não tinha conhecimento das irregularidades praticadas pela empresa terceirizada com a qual tinha parceria.
Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link