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Aécio e a apreensão da PF: ele fez de tudo no mundo do crime nas barbas de Gilmar, FHC e mídia. Por Kiko Nogueira

Amici

— O que o Aécio não fez no mundo do crime?, me pergunta meu irmão Paulo Nogueira.

A resposta é óbvia: nada.

A Polícia Federal apreendeu no gabinete do senador, em seu apartamento no Leblon e na casa em Brasília um arsenal incriminador inacreditável.

Havia “diversos documentos acondicionados em saco plástico transparente, dentre eles um papel azul com senhas, diversos comprovantes de depósitos e anotações manuscritas, dentre elas a inscrição ‘cx 2’”, diz o relatório.

Recolheram também o seguinte:

. Um aparelho bloqueador de sinal telefônico, um telefone celular e um pen drive.

. “Uma pasta transparente contendo cópias da agenda de 2016 onde verifica-se agendamento com Joesley Batista”.

. “Folhas impressas contendo planilhas com indicações para cargos federais, com remuneração e direcionamento em qual partido político pertence ou foi indicado”.

. “Folhas impressas no idioma aparentemente alemão, relativo a Norbert Muller” (o doleiro que abriu a famosa conta secreta da família de Aécio em Liechtenstein).

. “Folha manuscrita contendo dados de CNO (Construtora Norberto Odebrecht)”.

. “Um caderno utilizado para realizar agendamentos, tendo presente Joesley Batista e Andrea Neves”.

. Um outro papel com citações ao “ministro Marcelo Dantas” (provavelmente, o ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça, investigado no STF por tentativa de obstruir as investigações da Lava-Jato).

Amici

O que explica isso?

Alguém falou em “amadorismo”. Um bandido profissional como Antônio Carlos Magalhães jamais cometeria esse deslize.

Errado.

Aécio tinha a certeza da impunidade.

A impunidade que lhe garantiu dinheiro, poder, uma vida mansa e uma longa e bem sucedida carreira ao longo de mais de 30 anos de vida pública.

Aécio nunca precisou esconder os malfeitos. Pergunte a qualquer jornalista mineiro.

Delinquiu nas barbas de Gilmar Mendes, de Fernando Henrique Cardoso, dos Marinhos, dos Civitas etc.

Um gângster que jamais foi incomodado, sempre teve costas quentes e se acostumou.

São todos cúmplices.

O Brasil escapou das mãos de um jagunço que chegou aonde chegou porque tinha a proteção de gente como ele.

Kiko Nogueira

Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

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Kiko Nogueira

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