As enchentes no Rio Grande do Sul têm sido acompanhadas por uma série de fake news disseminadas por bolsonaristas. Na última semana, no entanto, várias dessas informações falsas relacionadas à tragédia que assola o estado gaúcho foram desmentidas.
Um dos boatos desmentidos foi sobre a alegação de que a Receita Federal estaria bloqueando a entrada de caminhões com doações no Rio Grande do Sul por falta de nota fiscal. Autoridades estaduais esclareceram que não há exigência de nota fiscal para veículos transportando donativos para as vítimas das enchentes, nem bloqueio nas fronteiras.
Outra afirmação falsa circulando na internet indicava que dois caminhões foram impedidos de entrar no Rio Grande do Sul com doações de água, alegadamente devido à exigência de pagamento de impostos. O governo estadual negou essa informação, declarando que todas as doações passam sem cobrança de impostos.
Também foram disseminados boatos sobre a proibição de helicópteros e barcos nos resgates de vítimas das enchentes, especialmente em Canoas (RS). No entanto, não há evidências de proibição de helicópteros voluntários e não há provas de que barcos estejam sendo impedidos de ajudar nos resgates.
O influenciador Nego Di usou as redes sociais para compartilhar a informação falsa de que o governo do Rio Grande do Sul estaria proibindo indivíduos com barcos ou jet skis de participarem de resgates em Canoas, uma cidade com vários bairros afetados por enchentes.
O humorista chegou a dizer que as autoridades estavam exigindo autorização e habilitação das pessoas com esses equipamentos. No entanto, isso é falso.
Um boato falso afirmava que a distribuição de donativos para vítimas das enchentes em Lajeado, Rio Grande do Sul, foi proibida até a chegada de Lula à cidade. Esse vídeo, já desmentido em setembro de 2023, foi reutilizado, mas não houve visita de Lula à cidade em 2024, tornando a alegação falsa.
Outras falsas informações incluem alegações de mortes em UTI em Canoas, corpos boiando nas enchentes e relatos de um bebê encontrado boiando, inicialmente confundido com uma boneca. O prefeito de Canoas esclareceu que houve apenas dois óbitos na UTI, e o número de mortos oficialmente registrado é muito menor do que os 2.000 citados. Quanto ao bebê, não há evidências de sua veracidade.
O coach bolsonarista disseminou a informação de que a Secretaria da Fazenda do RS estaria exigindo nota fiscal das doações feitas para socorrer a população, que sofre com os danos causados pelas fortes chuvas dos últimos dias. Entretanto, a Brigada Militar do Rio Grande do Sul desmentiu uma fake news compartilhada pelo empresário.
Entre os citados estão, além de Marçal, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG). O grupo é apontado pelo governo como disseminadores de “fake news”.
Seguindo no embalo de Pablo Marçal, o ex-técnico de futebol Dunga divulgou fake news sobre as doações para as vítimas no Sul. Ele alegou que a “Brigada Militar não estava permitindo a distribuição de alimentos porque seria necessário um nutricionista para supervisionar.”
No entanto, as autoridades estaduais negaram as alegações, afirmando que não houve qualquer bloqueio de doações por falta de documentação fiscal ou por outras razões.
A Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul respondeu dizendo que “nenhuma doação está sendo barrada” e que as doações estão sendo recebidas e distribuídas normalmente para as áreas afetadas pelas enchentes.
Também circularam boatos sobre Neymar, alegando que o jogador teria alugado e doado 10 helicópteros para ajudar nos resgates, o que não foi confirmado. Entretanto, ele enviou água, produtos de higiene e outros mantimentos por meio de seu jatinho particular.
Outro boato envolveu Madonna, sugerindo que ela teria doado R$ 10 milhões em segredo para as vítimas das enchentes, mas não há registros públicos dessa doação até o momento.
Embora as enchentes possam causar perdas na safra de arroz no Rio Grande do Sul, o estado sendo o maior produtor do Brasil, não há evidências de escassez do produto. Estocar alimentos pode aumentar a especulação e os preços, dificultando o acesso para quem mais precisa.
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