Afastado da Lava Jato, Bretas tenta ser coach nas redes

Atualizado em 2 de janeiro de 2024 às 12:44
O juiz afastado Marcelo Bretas, conhecido como “Sergio Moro do Rio”. Foto: Reprodução

Afastado da Lava Jato, o juiz Marcelo Bretas tem tentado ser coach jurídico nas redes sociais. O magistrado está usando as redes sociais para se apresentar como professor e palestrante, e já anunciou o lançamento de um curso sobre a prática jurídica para março.

Bretas usa seu Instagram atualmente para lançar vídeos sobre liderança e direito, além de temas relacionados a “Deus e família”. Já seu site destaca sua atuação como professor, palestrante, juiz federal e escritor.

O reposicionamento de imagem do magistrado também destaca sua formação cristã, como “baterista de uma igreja evangélica na zona sul da cidade do Rio de Janeiro”. Ele ainda menciona que é conhecido por “citar trechos bíblicos históricos em algumas de suas sentenças”.

Entre suas publicações, há textos com “dicas para ter um pensamento analítico e reflexivo” e formas de “aprimorar suas habilidades de liderança”. Também são feitos posts com citações bíblicas, como Tiago 1:5, trecho citado por Bretas para destacar a importância de “buscar sabedoria”.

Afastado da Lava Jato, juiz Marcelo Bretas vira coach nas redes sociais. Foto: Reprodução/Instagram

Atualmente, não há nenhuma menção de vínculo com instituições de ensino, somente referências a participações em palestras, simpósios e conferências. Seu curso, que será lançado em março, promete abordar “desde os fundamentos da prática jurídica até habilidades avançadas de comunicação e oratória no tribunal”.

Bretas tem mais de 95 mil seguidores no Instagram e fez a mudança no seu conteúdo após ser afastado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) no ano passado. Ele, que ficou conhecido como “Sergio Moro do Rio” após parte da operação Lava Jato ser encaminhada à 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, é alvo de três reclamações públicas que tramitam em sigilo.

Duas das denúncias têm como origem a delação premiada de advogados que citam negociações irregulares de Bretas para condução de processos. A terceira é uma queixa do prefeito Eduardo Paes (PSD), do Rio de Janeiro, que acusa o magistrado de atuação política para favorecer o governador cassado do estado Wilson Witzel na eleição de 2018.

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