O ‘trio de ferro’ de Alckmin para 2022 é um grupo de velhos amigos que não manda nem formula nada

Atualizado em 22 de agosto de 2021 às 21:29
Pedro Tobias (de gravata) ao lado de Silvio Torres e militantes
Pedro Tobias (de gravata) ao lado de Silvio Torres e militantes tucanos

Você já ouviu falar de Silvio Torres?

E de Pedro Tobias? Que dizer de Paulo Alexandre Barbosa e Zuzinha?

Se nunca ouviu falar, eu conto um pouco neste artigo.

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Torres, Tobias e Barbosa formam o ‘trio de ferro’ de Geraldo Alckmin na corrida ao Palácio dos Bandeirantes em 2022. São os homens de confiança do ex-governador.

Os 3 são do interior: o primeiro de Rio Preto, Barbosa, de Santos, no litoral, e Tobias, da cidade de Bauru.

Zuzinha não é do interior, nem da capital. É tão somente filho de Mário Covas que leva uma vida boa.

A trinca que vai (tentar) coordenar a campanha de Geraldo rumo ao governo do Estado nada mais é que um grupo de amigos velhos que não manda nada. Eles não têm nenhuma capacidade para conter os erros em série cometidos por Geraldo em suas campanhas.

Nenhum deles têm capacidade para formular políticas públicas.

Resultado: a chance de Geraldo focar sua campanha em visitas a padarias e salões de cabeleireiros é de quase 100 por cento.

Os estrategistas do ex-governador tentam vender Torres, Barbosa e Tobias como quadros que Geraldo levaria a tiracolo na sua saída do PSDB. Em reportagem, o Estadão usa a palavra ‘históricos’ para defini-los.

Foi o mesmo grupo que esteve próximo do candidato na até hilária campanha presidencial de 2018, quando João Doria se socorreu a Bolsonaro para não naufragar junto.

Sidney Beraldo, hoje conselheiro do Tribunal de Contas, outro carne e unha com o grupo, disse numa reunião em que eu estava em 2018 que o ‘problema do Geraldo é que ele não ouve ninguém’.

Ou seja: ninguém sabe o que passa na cabeça do homem que veio de Pindamonhangaba.

Ninguém crava, mas o cenário sinaliza que Geraldo vai sair do PSDB e somar com Kassab.

Neste caso, vai comer na mão de Temer, que controla a prefeitura de São Paulo, através do prefeito Ricardo Nunes, e exerce enorme influência sobre o presidente do PSD.

Se Sidney Beraldo não consegue falar com Geraldo, imagina então Temer e Kassab.

A fragilidade de Alckmin abre espaço para o campo progressista

O fato é que o caos de Geraldo abre uma avenida para o campo progressista, termo adotado por Lula, trabalhar.

A esse grupo compete compor com um arco de lideranças e formular políticas para manter a pauta da campanha longe da padaria e do salão de cabeleireiro.

Agora em setembro o PSOL define se vai ou não apoiar Lula já no primeiro turno.

O passo seguinte é ver o que fazer em São Paulo, com Guilherme Boulos.

No PT, Haddad é nome quase certo.

Geraldo é um adversário até simples de ser superado, especialmente agora que vai perder o estofo da elite tucana, para não dizer da máquina estatal, e não abrirá nenhum diálogo possível com aliados, no caso de vender mesmo seu passe ao PSD.

A terceira via neste cenário é Rodrigo Garcia, vice-governador e indicado de João Doria.

Dá para dizer que tem mais chances de chegar ao segundo turno que o próprio Geraldo.