Polícia do Senado ameaça testemunhas da “rachadinha” de Alcolumbre, diz senador

Atualizado em 14 de novembro de 2021 às 7:40
Davi Alcolumbre
Davi Alcolumbre – Foto: Divulgação

A Polícia do Senado ameaçou testemunhas da “rachadinha” de Davi Alcolumbre. Foram adiados dois depoimentos previstos para a semana passada de seis mulheres que trabalharam em seu gabinete. A troca da data ocorreu após o senador Alessandro Vieira impetrar ação no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele argumenta que há “incompetência” da Casa pra julgar o caso.

Alessandro afirmou à Corte que a Polícia Legislativa estaria intimando ex-assessoras do senador, “a despeito da patente incompetência para tanto”. Ele cita “advertência” que os agentes fizeram: as ex-assessoras foram informadas sobre as implicações para quem desobedece ordem do Senado. A advertência foi anotada nas intimações e para o senador, pode configurar constrangimento de testemunhas.

“A intimação de mencionadas testemunhas – por autoridade incompetente – tendo os respectivos depoimentos sido efetivamente colhidos ou não, precisamente perante a autoridade policial do Senado, Casa em que todas, ao menos formalmente, figuravam como servidoras, aponta para um potencial constrangimento daquelas que são peças-chaves para a formação do convencimento desta Corte acerca do eventual cometimento de ilícito penal por um senador Senador da República”, diz Alessandro em petição.

O “mandado de intimação” enviado pela Polícia Legislativa dizia o seguinte:

“Aviso: os intimados que não comparecerem , sem motivo justificado, poderão incorrer em crime de desobediência (art. 330 Código Penal Brasileiro)”.

Para Vieira, o Senado não pode investigar esses casos e nem fazer esse tipo de ameaça às testemunhas.

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A “rachadinha” de Davi Alcolumbre

Davi Alcolumbre também teve sua própria “rachadinha”. Por anos, o senador ficou com salários de seis assessoras em seu gabinete. Todas foram contratadas no gabinete do parlamentar, mas nunca trabalharam. Elas tinham rendimentos entre R$ 4 mil e R$ 14 mil mensalmente, mas não recebiam o valor de forma integral.

Segundo a revista Veja, elas abriam uma conta no banco, entregavam o cartão e a senha para uma pessoa da confiança do senador e, em troca, ganhavam uma gratificação. O valor total da fraude foi de pelo menos R$ 2 milhões.

O esquema começou em janeiro de 2016 e funcionou até março deste ano. Mensalmente, os senadores têm direito a uma verba de R$ 280 mil para contratar auxiliares. Todas elas eram pessoas humildes que mal sabiam onde ficava o Congresso Nacional.

 

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