Além de 16 imóveis, Flávio Bolsonaro usou R$ 3 milhões em dinheiro vivo para despesas pessoais

Atualizado em 19 de setembro de 2022 às 9:04
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) – Foto: EVARISTO SA/AFP via Getty Images

Além dos 16 imóveis comprados parcialmente com dinheiro vivo, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também fez uso de valores em espécie para pagar despesas pessoais, funcionários e impostos. O montante ultrapassa os R$ 3 milhões.

O parlamentar também foi apontado nas investigações como líder de uma organização criminosa que funcionava em seu antigo gabinete na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). O total de desvios apurado pela Promotoria foi de, no mínimo, R$ 6,1 milhões. Os dados constam das quebras de sigilo obtidas pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio). Com informações do UOL.

De acordo com os promotores, o dinheiro usado pelo filho do chefe do Executivo vinha do esquema conhecido como “rachadinha”, no qual os funcionários do gabinete eram obrigados a devolver boa parte de seus salários, em espécie, ao então deputado.

Além de dívidas quitadas que não constavam nos extratos do atual senador nem nos de sua mulher, Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro, foram identificados pagamentos de despesas feitos com dinheiro em espécie pelos próprios funcionários do gabinete.

“Não existe denúncia. A investigação foi arquivada pela Justiça porque era infundada e motivada por interesses políticos do grupo que nos enfrenta nessa eleição”, afirmou senador ao UOL. “A reportagem anterior, que falava em compra de imóveis em dinheiro vivo, confunde moeda corrente nacional, que é o real, com dinheiro em espécie. Por isso, é importante frisar: moeda corrente não é dinheiro em espécie.”

A quebra de sigilo da antiga loja de chocolates do senador Flávio Bolsonaro mostrou depósitos na conta corrente da loja no total de R$ 1,7 milhão em espécie. O MP destacou que, no primeiro ano do estabelecimento, a proporção de dinheiro em espécie chegou a quase 45% do pagamento em cartão.

Em sua declaração de Imposto de Renda de 2010, Flávio informou ter feito doações em espécie no total de R$ 733 mil para a mãe dele, Rogéria Nantes Bolsonaro. O senador também efetuou pagamentos de Boletos de mensalidade escolar no valor de R$ 153.237,65, e de R$ 108.407,98 de plano de saúde.

O filho do presidente usou ainda o dinheiro em espécie para pagar impostos ligados a imóveis, totalizando R$ 91,8 mil, empréstimos com assessores de Jair Bolsonaro, no valor de R$ 250 mil, e salário de empregadas somando mais R$ 40 mil.

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