Alexandre Garcia lê direito de resposta da AGU após espalhar fake news das enchentes no RS

Atualizado em 16 de setembro de 2023 às 9:54
Jornalista Alexandre Garcia. Foto: Reprodução

O jornalista Alexandre Garcia, que espalhou fake news sobre as inundações no Rio Grande do Sul, leu na noite desta sexta-feira (15) durante o programa Oeste Sem Filtro, do canal da revista Oeste no YouTube, uma resposta da Advocacia-Geral da União (AGU).

No último dia 8, o jornalista disse que barragens construídas por “governos petistas” foram abertas de propósito para inundar o estado gaúcho, que já deixou ao menos 47 mortos.

“A chuva foi a causa original, mas em governos petistas foram construídas, ao contrário do que recomendavam as medições ambientais, três represas pequenas que aparentemente abriram as comportas ao mesmo tempo”, disparou.

Relembre o vídeo com a mentira sobre as enchentes do RS:

Ao ler o direito de resposta da AGU, Garcia disse que fazia questão de fazê-lo “porque ele é sagrado”. “Está lá no artigo 5º da Constituição, dos direitos e garantias individuais. Vem depois de outro direito sagrado, que é o direito à expressão do pensamento, à liberdade de expressão”, afirmou.

“Pediram direito de resposta, que está muito bem regulamentado pela lei 13.188, que foi sancionada no dia em que eu fiz aniversário, que completei 75 anos”, complementou.A AGU encaminhou na última terça-feira (12), por meio da Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), uma notificação extrajudicial à revista Oeste solicitando que o veículo reproduzisse, em um prazo máximo de sete dias, resposta da União à desinformação sobre as inundações no Rio Grande do Sul.Na notificação, a AGU ressaltou que a declaração de que as inundações estariam relacionadas à construção de três represas em desacordo com as normas ambientais, feita pelo jornalista durante a transmissão, é falsa.

Confira a íntegra do direito de resposta lido por Garcia:

“Em relação à declaração feita pelo jornalista Alexandre Garcia, no programa “Oeste sem Fronteiras” [Oeste sem Filtro, na verdade], no canal da Revista Oeste na plataforma Youtube, no dia 8 de setembro de 2023, o Ministério de Minas e Energia (MME) esclarece que a operação das três usinas hidrelétricas no Rio Grande do Sul, citadas pelo comentarista, não contribuíram ou agravaram a tragédia que atingiu a região serrana e do Vale do Rio Taquari.

A região foi castigada pelas fortes chuvas que causaram grandes inundações em cidades da região, causando mortes e grandes estragos.

As represas em questão foram instaladas após concessão regular pela União, resultante de licitação conduzida pela Agência Nacional de Energia Elétrica no ano 2000, tendo o licenciamento ambiental adequado e sua renovação periódica junto ao órgão competente sido fixados como requisitos essenciais a serem cumpridos por todos os licitantes para a participação no certame, e também pelo vencedor concessionário.

As três usinas são do tipo vertedouro de soleira livre, não possuindo comportas para armazenamento ou retenção de água para a geração de energia, não controlando, portanto, o fluxo de água nos rios.

O Ministério de Minas e Energia lamenta a politização de tragédia que, infelizmente, assolou cidades gaúchas e trouxe imenso sofrimento a inúmeras famílias.

Por fim, o Ministério de Minas e Energia e a Advocacia-Geral da União reforçam o compromisso com a transparência da informação na Administração Pública, bem como reiteram o apoio do Governo Federal nos esforços de socorro ao Rio Grande do Sul neste momento extremamente delicado enfrentado pela população gaúcha.

Este esclarecimento atende a pedido realizado à Revista Oeste pela Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), órgão da Advocacia-Geral da União (AGU), que tem como uma de suas atribuições realizar o enfrentamento de ações de desinformação que atingem políticas públicas.”

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link